Integração das redações do Grupo RBS quer entregar mais

Atualmente, são cerca de 300 colaboradores dividindo o mesmo ambiente

A Central da Olimpíada de 2016, quando colaboradores de diferentes veículos trabalharam integrados, inquietou os diretores e gerentes do Grupo RBS. O lançamento de Gaúcha ZH, em 2017, confirmou a vontade deles em unir as redações de jornais e rádio. Neste ano, a decisão foi tomada e, nas últimas semanas, muitos comunicadores postaram em suas redes sociais as novas estações de trabalho. Uma pergunta recorrente do público geral foi: mas para quê? "Juntamos para entregar mais", esclareceu a diretora de Jornalismo de Rádio e Jornal, Marta Gleich, ao mostrar como estão dispostos os cerca de 300 colaborares que dividem o mesmo ambiente - antes apenas com Zero Hora.

A equipe de Coletiva.net visitou o novo espaço, que começou a receber novos integrantes com a chegada da redação do Diário Gaúcho e, mais recentemente, os jornalistas da rádio Gaúcha. De acordo com Marta, foi um quebra-cabeça, que resultou em apenas 10 pessoas não saírem dos seus lugares. "Precisamos montar um plano com o que era possível fazer até a Copa do Mundo. Então o Grupo de Investigação (GDI) foi o único que se manteve, mas é um número pequeno demais para esse mar de pessoas", brincou a diretora.

Na visita, a gerente de produto GaúchaZH, Sabrina Passos, salientou que tudo aconteceu dentro das normas de segurança, para prever número de pessoas permitidas no ambiente, espaço entre mesas e cadeiras, além de mesclar os veículos de forma que fizesse sentido. "A partir de um estudo de equipe, junto ao RH, dividimos as pessoas por editorias, não por veículos. Na mesma ilha, tem gente de Gaúcha, DG e ZH", detalhou a gerente, salientando que o principal objetivo foi a busca por informação mais apurada. "Temos mais agilidade no digital, GZH não é reprodução do papel nem da rádio. Por isso, é importante a descoberta de talentos", ponderou Sabrina.

Com a novidade, Marta salientou que criações já aconteceram, como o surgimento do GDI, da Central de Serviços, a editoria Porto Alegre, entre outros. Segundo ela, os gestores estão incentivando as pessoas a se descobrirem. "Ter mais vozes na Gaúcha, dar mais espaço para os repórteres nas outras mídias e criar novos produtos. Isso faz sentido e precisa ser percebido pelo público final", defendeu, no que foi completada pelo gerente-executivo da Gaúcha, Daniel Scola: "Eliminamos os intermediários e permitimos que os jornalistas conheçam outras opções de atuação. E tudo isso deu uma agilidade incomparável aos veículos".

Durante a conversa e a visita, os gestores ressaltaram que, apesar dessas motivações, que incluem ainda treinamento de vozes, ferramentas de SEO para o online e oficinas de storytelling, os talentos estão sendo respeitados. "Quem não quiser ou não tem habilidade para rádio, ou para escrever para o impresso e digital, não tem problema", esclareceu Marta. O investimento, aparentemente, vem dando certo, pois, para Scola, a empresa está colaborando para criar a cultura de um novo tipo de profissional: o multimídia e versátil. "No meio da juventude, isso está sendo muito natural. Precisamos até segurar essa turma, que quer fazer tudo o tempo todo. No fim, nós é quem aprendemos com eles."

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