Ricardo Chaves se despede da Zero Hora, onde trabalhava desde 1992

Sexta-feira será publicado último material do profissional no Almanaque Gaúcho

Desde 1992, Kadão atuou como editor de Fotografia no jornal - Crédito: Arquivo pessoal

O jornalista fotográfico Ricardo Chaves, o Kadão, deixou o jornal Zero Hora (ZH), empresa onde trabalhava desde 1992, como editor de Fotografia. Colunista do Almanaque Gaúcho, o último material do profissional será publicado na próxima sexta-feira, 3 de maio. Embora a conversa para a despedida tenha partido da empresa, a decisão foi tomada em comum acordo.

Em conversa com a equipe de reportagem de Coletiva.net, Kadão recordou que seu primeiro emprego foi na Zero Hora, em 1969, quando o veículo tinha apenas cinco anos de circulação, atuando no laboratório de fotografia e depois como auxiliar. Anos após trabalhou em outros veículos e empresas de Comunicação no Estado, em São Paulo e no Rio de Janeiro. "Em 1992, Augusto Nunes virou diretor de ZH e trouxe gaúchos para trabalhar com ele. Como paulista, devia saber que somos bairristas, e fui um dos profissionais que ele chamou."

Desde 1992, Kadão atuou como editor de Fotografia no jornal, porém, segundo ele, quando o veículo passou a investir mais em produção de vídeos, o profissional começou a trabalhar no Almanaque Gaúcho. "No início, rejeitei a ideia, mas devido ao carinho dos colegas, decidi experimentar e gostei. Vejo que isso foi uma sobrevida para mim, pois me tranquilizou nos 10 últimos anos", explicou.

Conforme Kadão, em janeiro saiu de férias e entre fevereiro e março tentou retornar ao trabalho, porém devido a problemas de saúde percebeu, junto à empresa, que já estava na hora de parar. "Em Zero Hora tive oportunidades incríveis, fui ao Japão cobrir Grêmio e Ajax em 1995, viajei com Marcelo Rech à Antártida, Cuba, Moçambique, entre outros", recordou. 

Kadão destacou a matéria 'Quartos Vazios', sobre pessoas que morreram em acidentes de trânsito e mostrava seus quartos vazios e a falta que faziam aos familiares. A produção virou exposição em universidades e em outros espaços. "Também recebi premiações. Uma delas foi durante uma festa interna da Zero Hora, na qual recebi o prêmio de 'Jornalista do Ano'."

Kadão contou que a conversa para sair da Zero Hora partiu da empresa, porém ele também já sentia o cansaço e a responsabilidade de trabalhar na coluna diariamente, por mais que gostasse. "Chegamos a um acordo, não estou magoado, pelo contrário, sinto-me feliz e realizado pela carreira que tive. Me diverti muito, sempre carreguei uma bolsa e uma lente objetiva ao longo da vida", disse.

Segundo Kadão, o novo momento, primeiramente, será utilizado para "descansar um pouco", mas que não descarta a possibilidade de atuar em algum projeto. "Vou ficar mais na praia e aproveitar a família. Está na hora de ter uma vida mais mansa. Mas isso não significa que não participarei de palestras ou que não trabalharei em livros. Coisas para fazer não faltam", concluiu.

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