'O Mauritaniano' é um filme que não deve ser ignorado

Por Marina Mentz

'O Mauritaniano' é um filme pesado que vai além do previsível e oferece uma narrativa emocional baseada em eventos reais. Lançado em 2021, o filme é aterrador ao contar a história de Mohamedou Ould Slahi, um prisioneiro de Guantánamo que passou anos detido sem acusação formal e sem ser culpado.

O elenco espetacular é puxado por Tahar Rahim, que entrega uma atuação excepcional no papel de Mohamedou, apresentando resiliência e humanidade. Temos também Jodie Foster, que interpreta a advogada de Slahi, e conquistou um Oscar com o papel.

O que torna 'O Mauritaniano' ainda mais envolvente é a exploração profunda das questões de justiça, direitos humanos e o impacto de um inimigo intangível depois do 11 de setembro. Medo, paranoia e desejo desenfreado por vingança também estão presentes.

O roteiro do filme foi adaptado das memórias reais de Mohamedou Ould Slahi, que escreveu um diário durante seus anos de detenção em Guantánamo. Esta conexão com a história real torna a narrativa ainda mais impactante. O diário também está disponível como livro - texto que traz marcas literais da censura a que a obra foi submetida. 

'O Mauritaniano' é uma experiência gráfica, plástica, às vezes explícita e outras vezes metafórica. Essa experiência convida o espectador a refletir sobre questões profundas de justiça e humanidade. É um lembrete poderoso de que a busca pela verdade e pela justiça é essencial, mesmo nas circunstâncias mais torturantes, literalmente.

Autor
Marina Mentz é jornalista, doutora e pesquisadora das infâncias brasileiras. Cofundadora da Bisque Laboratório Criativo, tem experiência na área de Comunicação, com passagens por agências e redações de jornal impresso, televisão, rádio e digital. Há 12 anos, pesquisa a presença das violências contra infâncias na mídia. E-mail para contato: [email protected]

Comentários