A gente quer vacina e um pouco de aglomeração

Por Anelise Zanoni

Esta semana, com a comemoração do dia do jornalista, vivi diferentes momentos de nostalgia. Relembrei minha carreira e, com as lembranças de diversos colegas de trabalho, me dei conta de como era bom uma aglomeração dentro das redações.  

Aquele zumzumzum sem fim, o barulho dos teclados a mil, a correria do fechamento e as risadas na hora do cafezinho... Coisas que provavelmente não voltam mais!  

Trabalhar em uma redação de veículo é viver uma grande experiência. É de lá que surgem grandes ideias, investigações, amizades e até casamentos. Trabalho e vida pessoal se misturam, porque fazer jornalismo é uma grande paixão em todos os sentidos. Claro que nem tudo é uma maravilha, porque neste pacote há salários baixos, horas extras não pagas e desvios de função. Enfim... o que interessa é lembrar com amor o que vivi dentro de uma redação!  

Por mais que a parte boa sempre fique acima de tudo, é triste saber que as redações estão vazias há mais de um ano e que, provavelmente, o trabalho remoto tenha vindo para ficar. Ou, para ser mais otimista, seja no máximo transformado em um modelo híbrido (o que acho bem interessante, mas não é a mesma coisa que passar o dia a dia com a galera).  

Trabalhar em redação é um grande aprendizado. Como jornalista, trocamos ideias com colegas, ouvimos explicações dos editores e aprendemos todos os dias. Por isso, dá saudade. Até mesmo eu que, embora ainda faça reportagens e muito conteúdo jornalístico, estou fora das redações há quase 10 anos, afirmo que se aglomerar para trabalhar é bom demais!  

Quando o ano virou, tínhamos certeza de que 2021 seria diferente. Achávamos que, neste período, a pandemia teria ido embora e nossa vida estaria em outro rumo. Fizemos planos, mas cancelamos projetos novamente.   

Um ano após o anúncio da pandemia, estamos revivendo muitos pesadelos, e descobrimos da pior maneira que, enquanto a vacina avança devagar, precisamos esperar e continuar criando nossa própria jornada para passar informação às pessoas. Embora o cenário não seja dos melhores, sou otimista e acredito que aquela luz no fim do túnel continua acesa e indicando que, em breve, as redações voltarão a funcionar.  

O que mais queremos é vacina e um pouco de aglomeração para fazermos nosso trabalho de uma forma ainda melhor e mais eficiente. E, se der, ter imunidade para dar umas voltinhas por aí livremente! 

Autor
[email protected] Mestre e doutora em Comunicação Social, a jornalista é CEO da Way Content Agência da Comunicação, especializada em turismo, gastronomia e estilo de vida, e fundadora do projeto Travelterapia, que divulga destinos, experiências e cria projetos de branded content. Em 2019 foi finalista da categoria Imprensa do Prêmio Nacional de Turismo, promovido pelo Ministério do Turismo. Tem experiência como repórter e editora, e é freelancer de publicações como Viagem Estadão e Veja Comer & Beber. Trabalhou 12 anos na redação do jornal Zero Hora e produziu conteúdos para veículos como Sunday Independent, Hola!, Contigo!, Playboy, Veja, Globo.com e Terra. Também atuou por 10 anos como professora de universidades como Unisinos e ESPM, passando pelos cursos de Jornalismo, Relações Públicas e Produção Fonográfica. Atualmente pesquisa o papel da imprensa no desenvolvimento do turismo e já estudou em países como Irlanda, Espanha, Inglaterra e Estados Unidos.

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