Avacalharam o Gauchão
Por Rafael Cechin

Não tem jeito. A polêmica de arbitragem venceu de novo o futebol no Rio Grande do Sul. As reclamações, seguidas de tentativas de condicionamento, a terceirização pelos maus resultados e outros artifícios dominam o noticiário muito acima de análises técnicas e táticas. O Gauchão é disparado um dos melhores dos últimos anos. Infelizmente, está sendo estragado pela postura de muita gente.
Por mim, falaria só de bola. O Grêmio vem de susto na Copa do Brasil e respondeu com a sua melhor atuação da temporada até agora. As boas notícias da vitória por 2 a 1 sobre o Juventude foram os recém-chegados atacantes Kike Oliveira e Amusu, além da sempre boa movimentação do Monsalve e os volantes indo muito bem. O esquema do Quinteros funcionou.
O Inter tem a situação mais tranquila depois de ganhar do Caxias fora. Só vai carimbar a vaga no Beira-Rio no sábado de carnaval à noite, com um futebol que, se não empolga, é muito seguro. Na ida, o time do Roger não levou sustos e demorou para chegar com força, sendo muito efetivo com o Vitinho. O Bruno Henrique foi destaque nos gols e os laterais apareceram bem. E foi só. Se realmente confirmar a disputa da final, precisa seguir evoluindo e recuperar os desfalques especialmente do Borré, Wesley e Alan Patrick.
Por que não se fala disso? O erro lamentável do árbitro e do VAR na Arena no sábado (22) domina tudo. Pior é que todo mundo está errado. No topo, a Federação acertou em cheio com o VAR em todas as partidas, a fórmula acrescentou emoção do início ao fim. O problema aqui é que a comissão de arbitragem parece buscar demais os holofotes ou insiste em critérios equivocados para definir os apitadores de cada jogo. O "CPF" responsável é Leandro Vuaden, competente juiz e que não se deu bem em algumas escolhas em 2025.
No duelo em questão, Grêmio x Juventude, a escala colocou Jonathan Pinheiro, que nunca passou da segunda linha no cenário gaúcho, comandar o espetáculo. Não foi bem, o VAR ainda atrapalhou muito e a "bomba relógio" explodiu. O pênalti reclamado pelos gremistas foi muito pênalti. Pela TV, não tem como não ser percebido.
O que veio na sequência dos fatos só piorou a situação. A direção tricolor esbravejou em excesso, ameaçou, trouxe acusações pessoais contra os juízes. A imprensa desqualificou ainda mais o debate e os torcedores, numa era de tribunal constante nas redes sociais, detonou com tudo.
O clima é de guerra para o jogo de volta das semifinais entre os clubes. Se alguma medida não for tomada, a tendência é de dinamite pura no duelo que desta vez será na Serra. De forma paliativa, cabe à Federação intervir para acalmar os ânimos. A solução definitiva não passa por árbitro de fora do Estado, como sugerem alguns. Tem de profissionalizar, como já dissemos aqui. Mas aí teríamos de falar de bola, não é mesmo? Talvez aí esteja a questão.