Finalmente, 2025 irá de fato começar

Por Márcia Martins

Nesta quinta-feira, 6 de março, depois dos dias de folia do carnaval e do feriadão, de parte significativa da população de Porto Alegre voltar do tradicional veraneio, dos alunos retomarem as aulas - apesar de muitas escolas da rede estadual e municipal não oferecerem as mínimas condições de enfrentamento às elevadas temperaturas - é que o ano de 2025 finalmente irá de fato começar. É quando a capital gaúcha mostra a sua fragilidade ao não ter estrutura para a circulação de veículos e aparecem os congestionamentos, o transporte público não cumpre as tabelas de horários e os usuários sofrem esperando em paradas ultrapassadas e sem segurança e as filas tiram a paciência de qualquer um.

Porto Alegre até fica uma cidade agradável nos meses de janeiro, fevereiro e início de março, dependendo da data do carnaval. Mas quem fica na capital gaúcha, por inúmeras opções, é penalizado pelo calor insuportável, que piora a cada ano em consequência do desmatamento desenfreado permitido pelas autoridades em benefício das construtoras e pela insegurança ao transitar pelas ruas mais desertas e sem policiamento nenhum.

Aliás, o imenso efetivo de segurança que foi visto no bairro Cidade Baixa nos dias de folia, uma vez que a Prefeitura proibiu qualquer tipo de manifestação de carnaval no bairro, indica que não há falta de policiamento nas ruas. Falta é uma administração competente que saiba gerir com a devida necessidade o efetivo de segurança.

Desde agosto de 2019 morando na Cidade Baixa, nunca, mas nunca mesmo, eu vi tantos servidores da Brigada Militar como nos quatro dias de folia. Na Praça Garibaldi, localizada na divisa dos bairros Cidade Baixa e Menino Deus, que sempre carece de policiamento, tanto da Guarda Municipal como da Brigada, em cada canto do local era possível contar mais de quatro brigadianos. Claro que a presença ostensiva não era, nem de longe, para proteger os moradores de qualquer perigo de assalto ou importunação. A intenção era simplesmente evitar que a alegria do carnaval tomasse as ruas da Cidade Baixa. Cenário triste para um bairro tradicionalmente boêmio e festeiro.

Mas, voltando à largada definitiva de 2025, é preciso munir-se de paciência para suportar as encrencas de uma cidade que cresce sem nenhum planejamento. Tomar doses generosas de paciência se precisar circular pelas ruas de maior trânsito em horários de pico. E contar ate 10 se estiver na parada aguardando o transporte coletivo que nunca obedece a tabela. Nos supermercados, evite ir às compras nos finais de tarde, fim de semana e dias de pagamento. Porque as filas são quilométricas e podem irritar o ser mais paciente (não é o meu caso).

Se ainda não traçou metas para esse ano, ainda há tempo. Organize seus planos. Priorize suas tarefas. Dedique um tempo para cuidar da saúde, com alimentação saudável e alguma atividade esportiva. Calcule seus gastos. E seja feliz. Muito feliz.

Eu, já fiz um plano bem ousado e saio de férias na próxima semana, 10 de março, quando realizarei a viagem dos meus sonhos. Logo, voltarei a escrever somente na primeira semana de abril. Até a volta. Não me abandonem. Vou ali ser feliz e retorno.

Autor
Márcia Fernanda Peçanha Martins é jornalista, formada pela Escola de Comunicação, Artes e Design (Famecos) da Pontifícia Universidade Católica do Rio Grande do Sul (PUCRS), militante de movimentos sociais e feminista. Trabalhou no Jornal do Comércio, onde iniciou sua carreira profissional, e teve passagens por Zero Hora, Correio do Povo, na reportagem das editorias de Economia e Geral, e em assessorias de Comunicação Social empresariais e governamentais. Escritora, com poesias publicadas em diversas antologias, ex-diretora do Sindicato dos Jornalistas Profissionais do Rio Grande do Sul (Sindjors) e presidenta do Conselho Municipal dos Direitos da Mulher de Porto Alegre (COMDIM/POA) na gestão 2019/2021. E-mail para contato: [email protected]

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