Cinco perguntas para Kelly Matos

Jornalista conta sobre a nova experiência como comentarista de política no Jornal do Almoço

Kelly Matos - Mateus Bruxel / Agência RBS

1- Quem é você, de onde vem e o que faz?

Sou jornalista, tenho 33 anos e venho de uma família humilde, mas cheia de amor. Eu nasci em Porto Alegre, mas viemos do município de Sombrio, no Litoral Sul de Santa Catarina e, eu faço muita coisa! Eu sou repórter, sou apresentadora, sou comunicadora. Apresento na rádio Gaúcha os programas Timeline, pela manhã, e Gaúcha Mais, à tarde e, nos finais de semana, eu faço o Gaúcha Hoje. Sou colunista de GZH e, agora, também comentarista política do Jornal do Almoço, na RBS TV.

2- Por que escolheu ser jornalista?

Eu escolhi ser jornalista porque eu gosto muito de contar histórias e de comunicar. Eu gosto de conversar com as pessoas, quem me conhece sabe. Eu tenho uma facilidade e paixão em me comunicar com os outros - com pessoas que eu até mesmo nem conheço, já estabeleço uma relação. E eu acho que o meu papel enquanto jornalista é justamente conversar com as pessoas e tornar acessíveis assuntos que às vezes são mais duros, mais difíceis, como a política. É assim que eu pensava quando eu era correspondente da RBS em Brasília, eu tinha que tornar o assunto de fácil compreensão, para que o ouvinte, leitor e telespectador formasse a sua convicção, análise e opinião. Então, eu acho que eu escolhi ser jornalista por isso: para contar histórias e conectar as pessoas. Esse meu propósito conversa também com o da RBS: contar histórias, fazer jornalismo que conecte os gaúchos e contribua para uma vida melhor.

 3- Você assumiu a função de fazer comentários políticos no Jornal do Almoço. Qual é o principal desafio?

O principal desafio é tornar a política um assunto que pode ser compreendido com muita facilidade pela população. Acho que o meu papel é ser uma curadora também, para mostrar os assuntos que fazem a diferença na vida dos gaúchos, ainda que eles fiquem longe. Com a pauta da reforma tributária, por exemplo, eu preciso explicar ao público como a aprovação dessa proposta influencia na vida deles, ou, do contrário, qual seria o impacto de ela não acontecer. O meu papel é traduzir. 

4- Você já escreve coluna e apresenta programas na rádio. Qual a diferença de dinâmica em cada veículo?

Para mim, é uma felicidade estar em uma organização que permite que essas mídias conversem de forma tão fluida. Eu acho que a comunicação hoje não existe em bloco, ela é toda misturada e, que bom, porque o nosso público está nas redes sociais, está na televisão, está aqui no Coletiva... É algo que conversa entre mídias de fato. Então, para mim, na verdade, não tem tanta diferença, a informação é informação, em qualquer formato. Talvez quando a pessoa esteja lendo, ela tenha mais tempo para prestar atenção em todos os temas, quando ela está ouvindo rádio, cozinhando, dirigindo. Já quando ela está vendo TV, provavelmente está ali na hora do almoço e está mais disposta a conversar comigo, como se eu fosse uma pessoa da família dela. Tem particularidades, mas eu acho que o mais importante desse processo é entender que essa convergência faz com que a nossa informação se potencialize. Na semana passada, por exemplo, eu estava apurando informações sobre a reforma tributária para o meu comentário no JA e conversei com o governador Eduardo Leite, então eu tinha uma manifestação exclusiva. Ao mesmo tempo em que estava me preparando para entrar na TV, eu já estava escrevendo o texto no celular, para GZH. No mesmo momento, eu mandei um texto para o locutor da rádio, que foi lido no ar também. A pessoa que consome a nossa informação poderia tanto conferir no Jornal do Almoço, quanto já ler no digital ou escutar na Gaúcha, conversando, então, essas mídias entre si. 

5- Quais são os seus planos para daqui a cinco anos?

É muito difícil pensar o que vou fazer daqui a cinco anos. Diferente de algumas pessoas que são super planejadas e conseguem, pelo menos, direcionar o que vão estar fazendo, ou pensar em um projeto de vida, eu sou bem mais "deixa a vida me levar". Em cinco anos, eu espero estar fazendo ainda isso que me move e que sou apaixonada, que é fazer comunicação, comunicar aos gaúchos e contribuir para uma vida melhor. E, espero ter encontrado as melhores formas para isso, porque a única certeza que eu tenho é que o mundo não vai parar de mudar. Vai mudar com plataformas novas, aplicativos novos, experiências novas para o leitor, ouvinte ou telespectador. Não vai parar de mudar e será cada vez mais rápido. Então, eu espero que eu esteja cada vez ainda mais apta para essa transformação digital. E, claro, se eu tivesse que pensar em minha vida pessoal, eu espero que eu possa construir minha família, como eu venho já experimentando, cada vez mais com meus familiares ao meu redor. 

Essa entrevista foi realizada pelos alunos de Estágio I do curso de Jornalismo, do Centro Universitário Metodista IPA. Texto: Douglas Webber.

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