Sai o decreto que libera a Copa na banda C
Governo proíbe codificação do sinal em transmissões ao vivo
O presidente Lula assinou nesta terça-feira, 9, decreto que dispõe sobre as transmissões ao vivo dos jogos das seleções na Copa do Mundo na Alemanha. Pelo decreto, proíbe-se que os concessionários de serviços públicos de radiodifusão codifiquem o sinal do evento no satélite.
Assim, a TV Globo não enfrentará problemas com a Fifa por conta de seu sinal aberto na banda C, uma vez que o contrato de aquisição de direitos da emissora exclui a transmissão do sinal aberto em satélite. Trata-se de uma exigência da organizadora do Mundial, com o objetivo de não haver vazamento do sinal em zonas fronteiriças. Na transmissão de outros eventos esportivos internacionais, como lutas de boxe e corridas de automobilismo, já houve fechamento do sinal em parabólicas da banda C por razões contratuais e pelos mesmos motivos.
No caso da Copa do Mundo, as conseqüências de cumprimento de tal cláusula seriam inimagináveis no Brasil - segundo o Ministério das Comunicações, há 14 milhões de parabólicas no Brasil, mas estimativas de mercado dão conta de até 18 milhões de domicílios com antenas de banda C no país. A mesma situação aconteceu na Copa de 2002, com exatamente a mesma solução, que não desagrada em nada a Globo.
A diferença entre a banda C e a KU, tradicionalmente usada, está relacionado à freqüência, tal como na transmissão de rádio AM e FM. A banda KU opera em freqüências mais altas. As televisões via satélite analógicas estão todas em banda C, já que não existe TV analógica em KU. É o caso daqueles canais que se assiste no satélite Brasilsat B1, da Embratel, por parabólicas grandes. Os canais digitais podem existir tanto na banda C quanto na KU. Por operar em freqüência mais baixa, a banda C exige que se tenham antenas grandes, de no mínimo 1,5 metro, em algumas regiões necessitando até de antenas de 2,4 metros ou mais.