SindJors e Fenaj repudiam decisão de fechar exposição de cartunistas gaúchos

Em nota oficial, entidades afirmam que foi um "ato de censura"

Mostra 'Independência em Risco' - Tânia Meinerz

O Sindicato dos Jornalistas Profissionais do Rio Grande do Sul (Sindjors) e a Federação Nacional dos Jornalistas (Fenaj), em nota, repudiaram a posição do vereador Valter Nagelstein (MDB), que solicitou impedir a permanência da exposição de cartuns 'Independência em Risco', na Câmara Municipal de Porto Alegre. A mostra, que foi inaugurada nesta segunda-feira, 2, e deveria ir até 19 de setembro, apresentava críticas ao governo do presidente Jair Bolsonaro (PSL).

De acordo com a nota, a "solicitação do vereador emedebista à presidenta do Legislativo da capital, Mônica Leal (PP), imediatamente acatada por ela, é de clara censura e, por isso, absurda e inaceitável". As entidades ainda reiteram que a postura dos integrantes da mesa diretora do Legislativo municipal de Porto Alegre, que autorizaram a instalação e divulgação da mostra, "vem ao encontro da cruzada liderada por Jair Bolsonaro, contra a imprensa e contra os profissionais que fazem humor".

"A diretoria do Sindjors repudia toda atitude de censura, repressão ou cerceamento de trabalho de profissionais da imprensa, assim como defende a total liberdade de expressão e de atuação dos nossos colegas", completa o comunicado oficial, assinado pelo SindJors e pela Fenaj.

Sobre a mostra, que foi previamente autorizada pela direção-geral da Casa, foi o vereador Marcelo Sgarbossa (PT) quem convidou os artistas gráficos gaúchos, por meio da Grafistas Associados do Rio Grande do Sul (Grafar), para realizar uma exposição sobre a conjuntura política atual. A exposição passou a ser pensada no mês de julho, com organização da Grafar, que se reúne no Clube de Cultura e a presença dos cartunistas Edgar Vasques, Santiago, Vecente, Dóro, Elias, Alexandre Beck, Alisson Affonso, Bier, Bruno Ortiz, Edu, Eugênio, Gui Moojen, Hals, Kayser, Koostela, Latuff, Nik, Schroder e Uberti.

Para a Mônica Leal, não é possível tolerar a presença da exposição na Câmara, pois este seria um espaço voltado para obras de arte, com valores culturais, históricos e não ofensivas. "Nenhum tipo de exposição ofensiva, na minha gestão, vai fazer parte do saguão em frente ao plenário", destacou a vereadora.

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