Mulheres vencedoras do Prêmio ARI compartilham experiências

Bate-papo marca o lançamento oficial da 61º edição do concurso

Da esquerda para direita: Geórgia, Melina, Camila, Angélica e Cristiane, no painel 'Mulheres vencedoras' - Divulgação/Coletiva.net

O painel 'Mulheres vencedoras' marcou o lançamento oficial do 61º Prêmio ARI Banrisul de Jornalismo. O bate-papo, mediado pela professora e vice-presidente da Associação Riograndense de Imprensa, Cristiane Finger, contou com a participação de Angélica Coronel, Camila Andrade Pires, Georgia Santos e Melina Gallo de Araujo. Na sede da entidade, na noite desta terça-feira, 10, elas compartilharam sentimentos em relação às conquistas da distinção e experiências no mercado profissional.

Ao abrir o evento, o coordenador do prêmio em 2019, Paulo Eduardo Barbosa, historiou a trajetória do concurso criado em 1958 - sendo ele o segundo mais antigo do Brasil - e também enalteceu sua relação emocional com a entidade. O jornalista explicou que a nova edição manterá as oito categorias do último ano, quatro de plataforma e quatro de conteúdo, além do quesito universitário. A novidade, porém, fica pelo retorno de três premiações: Cultura, Economia e Esportes. Elas se unem a Crônica, Fotografia, Charge, Arte, Rádio, TV, Impresso e Web. "Não trabalhamos com modismos, mas também não somos uma ação hermética", justificou Paulo Eduardo.

Ao abrir o bate-papo com as convidadas da noite, Cris Finger fez questão de ressaltar que o grande objetivo da entidade é não deixar que o Prêmio ARI Banrisul de Jornalismo morra. "Um dos prêmios mais importantes do País, o Esso, não está mais em atividade. Então, é como uma missão não deixar que aconteça o mesmo com o nosso", convocou a mediadora. Ao apresentar as suas companheiras de debate, ela também brincou: "Este é um painel 100% vencedor, pois até a mediação já conquistou esse troféu", em referência às oportunidades em que se destacou no concurso.

Para Angélica, ganhar esta distinção é sinônimo de memória afetiva. Ao contar as cinco vezes em que saiu ganhadora, ela detalhou os bastidores de como foi recebeu a estátua. Segundo Camila, representante da categoria universitária, esta é uma premiação muito famosa entre os estudantes e vencê-la foi o melhor reconhecimento de que ela e seus colegas haviam feito um bom trabalho acadêmico. Melina é diagramadora em Zero Hora e contou da honra de também ter esse troféu na história. "Não sou jornalista por formação, mas graduada em Artes Visuais. Então, ganhar fez com o que eu me sentisse acolhida e sendo parte deste meio", contou.

Geórgia, por sua vez, iniciou revelando que, apesar de ter trabalhado por tantos anos em emissoras como Gaúcha e Guaíba, nunca havia inscrito algum trabalho. Quando o fez com o seu projeto Vós, onde propôs reviver o rádio teatro, foi reconhecida. "Foi a validação de um sonho meio maluco", enfatizou. Cris encerrou as apresentações detalhando que uma das vezes mais marcantes no Prêmio ARI foi quando ficou em segundo lugar com uma série sobre famílias de condenados à prisão. Passou 10 anos oferecendo a pauta aos chefes e, quando virou editora, decidiu que era o momento de realizar. "A conquista foi um carimbo de que a insistência valeu a pena. Ninguém deve fazer reportagem pensando em prêmio, mas o recado é para que possamos realizar pautas nas quais acreditamos", defendeu.

Nilson Souza, que estava na plateia, agradeceu os relatos dizendo que, como alguém que concede o prêmio, era importante saber das histórias que estavam por trás daquele título. "Vocês honram a nossa profissão", elogiou o jornalista. Com a abertura para que os presentes fizessem questionamentos sobre o fato de serem mulheres debatendo, o quarteto deu opiniões, compartilhou situações vividas e fez desabafos diversos. "Hoje, a pauta feminina não tem, e não deve ter, limites", sentenciou Angélica. Ela foi corroborada por Geórgia, que ainda ponderou: "Sim, avançamos muito, mas ainda estamos muito atrás nesta questão de gênero, principalmente quando olhamos para os cargos de chefia".

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