Em 2022, imprensa sofreu uma agressão a cada duas horas na América Latina, diz pesquisa

Violência e opressão mataram 17 jornalistas em sete países no período, sendo um assassinato a cada 21 dias

México, Honduras e Equador são os países mais letais para a imprensa na região - Crédito: Banco de Imagens/Canva

A Rede Voces del Sur (VDS) lançou o 'Relatório Sombra 2023'. O estudo apurou que, em 2022, a imprensa e seus profissionais sofreram uma agressão a cada duas horas na América Latina. De acordo com o levantamento, a violência e a opressão mataram 17 jornalistas em sete países no período, sendo um assassinato a cada 21 dias. México, Honduras e Equador são os países mais letais para a imprensa na região.

O relatório 'A imprensa latino-americana sob ataque: Violência, impunidade e exílio' aponta que a consolidação de regimes antidemocráticos e a proliferação do crime organizado na região criaram uma combinação extremamente perigosa para a liberdade de imprensa e o exercício jornalístico. Conforme o material, em apenas dois dos 17 assassinatos documentados foi possível identificar o criminoso. 

A impunidade é outro fator apontado pelo documento. Entre 2014 e 2024, foram registrados 78 assassinatos de jornalistas na América Latina, os quais 49 permanecem sem solução. O México lidera o ranking de impunidade, com 23 casos não resolvidos. O Brasil não fica muito atrás, com 11 casos de assassinatos impunes nos últimos 10 anos. O mais recente é o de Thiago Rodrigues, morto a tiros em Guarujá, São Paulo, em dezembro de 2023, enquanto investigava casos de corrupção.

Conforme o material, o Brasil é o segundo país com o maior número de alertas de gênero na região, com 36 casos registrados em 2023, a maior parte envolvendo ataques sexistas e misóginos em redes sociais. Esse dado, mesmo que menor aos 54 casos documentados em 2022, revela a vulnerabilidade de jornalistas mulheres e a persistência da violência de gênero no exercício da profissão.

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