Empresas estão 18% menos vulneráveis a riscos de fraudes, aponta pesquisa da IAS

Levantamento anual reuniu mais de 280 bilhões de interações na open web para tratar sobre as dificuldades de marca

Violência e conteúdos adultos estão entre os principais riscos para marcas no Brasil - Crédito: Reprodução

A Integral Ad Science (IAS) analisou mais de 280 bilhões de interações na open web para produzir a pesquisa anual sobre os riscos de marca. O estudo tem como objetivo permitir às agências de Publicidade a oportunidade de avaliar os riscos em diferentes ambientes. Conforme o levantamento, as empresas estão 18% menos vulneráveis a riscos de fraudes ao redor do mundo quando comparado com 2022, porém, o tempo de visibilidade das propagandas caiu 2% em relação ao mesmo ano.

No Brasil, uma das principais preocupações das marcas é a conexão com violência e conteúdos adultos. Márcia Byrne, managing director da IAS na América Latina, relata que imagens ou vídeos de nudez, sejam explícitos ou não, e textos com temática sexual entram na categoria. Entretanto, ainda afirma que caso o conteúdo seja informativo, é possível resultar em interações positivas. 

Além disso, outras categorias que representam riscos para as marcas envolvem álcool, drogas ilícitas, apostas, downloads ilegais, discurso de ódio e linguagem ofensiva. A pesquisa ainda trata sobre anúncios fraudulentos, que causam perda financeira ou de oportunidades de negócios para o anunciante e outros que possam estar na transação. A estimativa é de que, até 2026, o problema cause um impacto de US$ 170 bilhões globais. 

Enquanto os anúncios otimizados utilizam de meios para mitigar as fraudes, os não otimizados não utilizam dessas estratégias, sendo esta outra preocupação, já que o segundo modelo apresenta crescimento todo ano. A análise ainda trata sobre eventos globais, pontuando que os riscos para as marcas tendem a aumentar nestes momentos. Para isso, um dos exemplos foi a crise na Copa do Mundo Feminina, quando o na época presidente da Real Federação Espanhola de Futebol (RFEF), Luis Rubiales, foi acusado de assédio sexual ao beijar à força a jogadora Jenni Hermoso.

De acordo com o levantamento, o risco de marca nos Estados Unidos na semana anterior ao Super Bowl foi, em média, de 3,5%. A taxa ao longo do ano tendeu a permanecer próxima de 1,7%, representando a menor porcentagem em cinco anos. Em 2018, o valor mais alto atingido foi de 6,7%. Márcia disse que a imprevisibilidade é o que aumenta a tensão destas ocasiões para as marcas. "Em um país como o Brasil, que já tem 45% de risco para contextos violentos aflorarem, quando acontece um evento em nível global que possa ter violência, esse risco aumenta."

É importante também, conforme relata a executiva, que as marcas se esforcem para não se atrelar às fake news, até porque os anunciantes têm procurado cada vez mais meios e veículos com responsabilidade. A Inteligência Artificial (IA) também é outro ponto a ser tratado com cuidado de acordo com a pesquisa.

Comentários