Entidades repudiam ataque sofrido pela imprensa gaúcha por funcionário do Athletic

Episódio ocorreu na noite da última quarta-feira, após o jogo do Grêmio na Copa do Brasil

Funcionário do clube mineiro ameaçou um repórter da imprensa do Rio Grande do Sul - Crédito: Banco de Imagens/Canva

Entidades da Comunicação se manifestam após os ataques verbais sofridos pela imprensa do Rio Grande do Sul por funcionário do time Athletic, de Minas Gerais. O episódio ocorreu na noite da última, quarta-feira, 12, após o jogo contra o Grêmio pela Copa do Brasil, quando alguns membros do clube mineiro ameaçaram os profissionais gaúchos que cobriam a partida. Conforme apuração da reportagem de Coletiva.net, houve gritos endereçados com as seguintes palavras: "vocês vão morrer no inferno". Além disso, ainda teriam dito que o "Rio Grande do Sul morreu afogado", em referência às enchentes de maio do ano passado. Na beira do gramado estavam os repórteres Bruno Abichéquer, da rádio Grenal; Eduardo Picão, do Canal do Alex Bagé; e Geison Lisboa, da rádio Gaúcha.

Aceg

Em conversa do portal, Rogério Amaral, presidente da Associação de Cronistas Esportivos Gaúchos (Aceg), afirmou que se o funcionário do Athletic também for da área da Comunicação, a Aceg oficializará uma denúncia à Associação de Cronistas Esportivos do Brasil (Aceb). O mesmo ainda não foi identificado. Ainda conforme Amaral, a entidade de âmbito nacional encaminhará o ofício à Associação de Cronistas Esportivos de Minas Gerais.

Segundo o presidente da entidade gaúcha, caso o homem não seja da Comunicação, por meio do órgão nacional, encaminhará a denúncia diretamente para a Federação Mineira de Futebol. "Sem dúvida alguma, é um absurdo. Independente de qual função que tenha esse funcionário, se for da nossa área, com certeza, nós vamos pedir providências para nossa entidade nacional", afirmou. 

ARI

Em nota enviada ao portal, o presidente da Associação Riograndense de Imprensa (ARI), José Nunes, pronunciou-se dizendo ser inadmissível que profissionais no exercício de seu trabalho sejam alvos de intimidações, xingamentos e ameaças.  Ainda, especialmente, quando são motivadas por interpretações equivocadas de conteúdos jornalísticos descontextualizados. "O episódio da última quarta-feira evidencia como a manipulação de conteúdo jornalístico pode gerar um clima de hostilidade prejudicial a toda sociedade."

Nunes reforçou a importância da campanha 'O Direito, o Dever e o Poder de Duvidar', promovida pela ARI. A ação incentiva o público a buscar informações em fontes confiáveis e verificar a veracidade dos conteúdos antes de compartilhá-los ou tomá-los como verdade absoluta.

Sindjors

O Sindicato de Jornalistas Profissionais do Rio Grande do Sul (Sindjors) e a Federação Nacional de Jornalistas (Fenaj), em nota conjunta, repudiam esse ataque ao povo gaúcho em um evento esportivo. "É inadmissível e lamentável a fala pejorativa do funcionário do Athletic, de Minas Gerais, que disse barbaridades para a imprensa gaúcha, após o final do jogo contra o Grêmio, e também aos gaúchos falando que tinham que morrer afogados, após a última enchente."

Conforme Laura Santos Rocha, presidente do Sindjors, esse diálogo, em tom de ameaça, foi contra a imprensa e toda a sociedade gaúcha, demonstrando no mínimo falta de respeito e de empatia com o próximo. "Esperamos, com certeza, que ocorra uma retratação pública e que esse tipo infeliz de episódio deixe de existir nos estádios."

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