Especial Dia da Mulher: empreendedoras da Comunicação relatam suas experiências
Fátima Torri, Juliana Jeziorny, Luciana Moglia, Maria Augusta Medeiros e Tatiele Souza Prudêncio conversaram com a equipe de Coletiva.net

Dados divulgados pelo Serviço Brasileiro de Apoio às Micro e Pequenas Empresas do Rio Grande do Sul (Sebrae RS) mostram que 60% das empreendedoras gaúchas têm entre 30 e 49 anos. Além disso, 84% se autodeclaram brancas e 59% possuem ensino superior completo ou pós-graduação. Os números fazem parte da pesquisa sobre o empreendedorismo feminino, realizada pela instituição nos meses de janeiro e fevereiro.
Das 449 entrevistadas, 79% atuam no setor de comércio e serviços. Moda, saúde e bem-estar e tecnologia da informação estão entre os principais setores de atuação. Visando à proximidade na Comunicação referente ao assunto, a equipe de reportagem do Coletiva.net procurou algumas empresárias do meio, como Fátima Torri, Juliana Jeziorny, Luciana Moglia, Maria Augusta Medeiros e Tatiele Souza Prudêncio a fim de entender os principais desafios de construir negócios no mercado.
Fátima Torri
A comunicadora Fátima Torri lembrou que a sua vontade de empreender surgiu ainda quando criança, pois gostava de brincar no telefone fazendo compras e atendendo clientes. "Fazer é meu verbo preferido, e fazer o melhor é o meu jeito de ser", falou. Foi assim que ela fundou a Fatto Comunicação, hoje FTcom, uma Assessoria de Imprensa, e a Fala Feminina - plataforma digital que impacta mulheres em todo o Brasil.
Seu lema para superar os desafios é manter a firmeza no que acredita e seguir em frente. "Superar obstáculos e segurar-se em terreno movediço é o trabalho diário de um empreendedor. Sendo mulher, a carga é tripla, mas vale a pena", citou. No entanto, ela ainda reforçou que o seu maior empreendimento é ser mãe de dois filhos, Bruno e Marcelo Torri.
Juliana Jeziorny
Juliana Jeziorny, sócia da Aurora Comunicação Criativa, acredita que ao empreender, a mulher, em geral, busca criar ambientes de negócios mais diversos e inclusivos. "Somos uma empresa composta exclusivamente por mulheres, e isso faz uma grande diferença. Buscamos apoiar umas às outras, criando um ambiente mais acolhedor e empático do que aqueles que já vivenciamos em outros espaços de trabalho", destacou.
Ela sustenta que, nos dias atuais, a sociedade vive em um mundo onde a pressão para provar o valor é constante. "As mulheres, em particular, enfrentam desafios significativos, como a escassez de espaço em diretorias e as poucas oportunidades para cargos de liderança" salientou Juliana. Mesmo com os desafios diários, ela diz ser fundamental acreditar em si e em suas capacidades. "A jornada pode ser cansativa, mas a resiliência é uma habilidade essencial para nós, mulheres empreendedoras. Acreditar em nosso potencial e persistir é o que nos permitirá superar as dificuldades e conquistar nosso espaço", concluiu.
Luciana Moglia
Na mesma linha de pensamento, Luciana Moglia, fundadora da Moglia Comunicação Empresarial, fala sobre a visão empresarial da mulher e o mérito de ser multitarefas. O empreendedorismo lhe deu a possibilidade de ser dona da sua agenda e responsável pela gestão do seu tempo.
"Isso não significa trabalhar menos. Estou envolvida o tempo inteiro com a Moglia. Mas consigo conciliar melhor os compromissos com os meus filhos, dos quais não abro mão, assim como meus momentos de cuidado com a minha saúde", explicou.
Para ela, o ditado "chegar lá" reflete que é preciso traçar uma meta de vida e seguir com determinação, disciplina e leveza. "Por isso, é importante seguir uma carreira por vocação, não porque dá dinheiro. É natural sermos melhores nas atividades que gostamos ", contou. Ainda citou que é importante sempre se fazer presente, e ser a diferença na vida das pessoas, seja no lado pessoal ou profissional, além de sempre se valorizar.
Maria Augusta Medeiros
A fundadora da empresa Próximo Passo Design Estratégico, Maria Augusta Medeiros, disse que quando falamos de empreendedorismo precisamos lembrar: entrar em um campo que exige coragem para arriscar. Para ela, o melhor plano de negócios é um guia, mas é no dia a dia e na correção de rotas que os resultados acontecem e quando não acontecem da forma esperada, revisar, corrigir, persistir.
"O empreendedorismo exige resiliência e paciência, penso que sejam características muito femininas. Encontrar novas soluções para velhos problemas e lidar com recursos disponíveis, nem sempre os ideais, também estão no menu do empreendedorismo e mulheres desenvolvem desde cedo essas habilidades", completou.
A profissional afirma, ainda, que o empreendedorismo não é fácil, mas que o primeiro passo é saber aonde se quer chegar. "Intuitivamente eu sempre usei o alvo e depois pensei qual o caminho a percorrer para chegar lá", explicou. Maria Augusta relembrou sobre como fez para estudar e concluir sua formação acadêmica na Universidade Federal do Rio Grande do Sul (Ufrgs).
"Precisamos saber que teremos obstáculos e nos preparar. Eu me preparo estudando muito e observando as histórias das empresas, sempre de olho no que está acontecendo e no futuro", relatou. Para ela, o empreendedorismo é um equilíbrio entre o agora e o que virá, especialmente no momento em que se vivem transformações.
Tatiele Souza Prudêncio
A sócia da Aurora Comunicação Criativa, Tatiele Souza Prudêncio, acredita que ser mulher e empreender é se permitir ocupar espaços e investir em visões e estratégias negligenciadas no mercado. "É uma forma de darmos nosso tom, conduzirmos a empresa e os relacionamentos do modo que acreditamos, com muita empatia e análise sensível de cenário", destacou.
Ainda, para ela, mulheres empreendedoras inspiram, encorajam e estimulam outras mulheres. "Eu diria, sem sombra de dúvidas, que para as mulheres é sempre mais difícil ocupar posições de liderança. Precisamos mostrar pelo menos duas vezes mais competência e resultados para conquistar o devido espaço", mencionou. Ela ainda completa: "a gente percebe que por muito tempo as mulheres se 'masculinizaram' para serem ouvidas. Isso ainda existe, mas é uma realidade que temos buscado transformar, provando diariamente nossa competência".