A partir desta segunda-feira, 14, a TV Record RS dá início a uma série especial sobre facções no Rio Grande do Sul. A iniciativa inaugura o novo núcleo investigativo da emissora, que está sob o comando do repórter Ricardo Azeredo e o produtor Renato Gava - edição, arte e finalização estão a cargo de Cristiano Souto. Os cinco episódios serão exibidos até a sexta-feira, 18, sempre no programa Balanço Geral, às 12h45h, e replicados nos demais telejornais da emissora gaúcha.

A série 'O Rio Grande sob as garras das facções' mostrará, em detalhes, quem são, como nasceram, como agem, onde atuam e como se espalharam pelo Interior as organizações criminosas. Elas fazem do solo gaúcho o estado brasileiro com o maior número de facções estruturadas em atividade. Azeredo contou ao Coletiva.net que, para produzir o conteúdo, foram colhidos depoimentos de especialistas em segurança pública, de representantes das polícias civil, militar, federal, rodoviária federal, do comando do Exército, do judiciário e do sistema penal.

Com base num relatório do Ministério Público sobre as facções, a série ainda traz relatos das vítimas desta guerra e dos que conheceram por dentro o mundo do crime organizado. "Como é esperado neste tipo de reportagem, tivemos complicadas negociações para convencer algumas fontes a dar depoimento, pois temiam por suas vidas", relatou, detalhando que a equipe utilizou do habitual recurso de gravar com sombra total e voz distorcida, em local seguro, para impedir qualquer possibilidade de identificação.

Combate ao crime organizado

De acordo com Azeredo, o primeiro desafio foi buscar uma abordagem que fosse além da simples constatação dos fatos e das manchetes diárias: "É uma realidade complexa, que exigiu uma análise em vários contextos, para que o público tivesse a verdadeira dimensão deste drama que o Estado vive em relação ao crime organizado".

O responsável pelo núcleo investigativo garante que o público pode esperar um trabalho bem consistente. O objetivo da série passa pela busca em apontar caminhos para conter não só o crescimento das facções, mas impedir que mais jovens se tornem soldados do crime e tenham suas vidas destruídas.

Jornalismo sério

Na conversa com a reportagem do portal, Azeredo salientou que, como experiência profissional, a série foi uma importante oportunidade de exercer um jornalismo comprometido com os fatos e seus contextos. "Queremos aprofundar temáticas que sempre são mais complexas do que parecem", disse.

Para o jornalista, a criação do núcleo de investigação, a Record RS reforça seu compromisso com um jornalismo focado nos interesses do público gaúcho, "buscando cada vez mais qualidade e comprometimento com a audiência".