Jornal do Povo registra aumento de vendas na versão impressa pelo terceiro ano consecutivo

Em relação a 2022, veículo teve incremento de 1% de exemplares vendidos, o que é celebrado pelo diretor-geral Eládio Vieira da Cunha

Diretor-geral do jornal, Eládio Vieira da Cunha celebra a marca - Crédito: Reprodução/Redes sociais

Pelo terceiro ano consecutivo, o Jornal do Povo (JP), de Cachoeira do Sul, registrou um aumento real no número de exemplares impressos vendidos. Em dezembro de 2023, houve 1% a mais de vendas em relação ao mesmo período de 2022, média de acréscimo que se mantém desde 2021. Eládio Dios Vieira da Cunha, diretor-geral do veículo, conversou com a reportagem de Coletiva.net e celebrou a marca. 

De acordo com o jornalista, os números significam a recuperação do periódico no pós-pandemia de Covid-19, momento em que o JP perdeu 15% dos assinantes, além de ter diminuído a venda de exemplares. "Passamos a retomar a nossa força, o nosso público e a termos uma circulação crescente", explicou Eládio. Para isso, investiu-se em campanhas de Marketing, como a distribuição de brindes e benefícios a novos assinantes, tais quais o atrelamento da versão impressa ao acesso ao portal de notícias, aliados a opções de pagamento como débito em conta ou na tarifa de luz e água, movimentos que auxiliam na diminuição da inadimplência.

Atualmente, o Jornal do Povo conta com cerca de 5,5 mil assinantes mensais, o que supera os números registrados em 2022. "Não temos notícias de outros jornais que obtiveram um aumento na venda de impressos no Brasil, apenas no ambiente digital e isso é motivo de comemoração para nós", destacou. Também foi apontado por Eládio o estancamento da queda de assinaturas no JP, o que não foi acompanhado pelo restante do mercado, e possibilitou o crescimento dos últimos três anos.

Ao encontro disso, Eládio afirmou que, embora para algumas pessoas o crescimento de 1% possa parecer inexpressivo, para ele, é um número "muito significativo". "Não apenas elimina a queda, como estabelece uma estratégia de avanço e a certeza de que estamos fazendo aquilo que o público aprova", completou. 

Hiperlocalidade

Em tempos de crise para os jornais impressos, evidenciada por pesquisa do Instituto Verificador de Comunicação, lançada em 2023, que mostrou uma queda de 16,1% na circulação de jornais físicos, a hiperlocalidade é chave do JP para conseguir crescer em meio a esse cenário. "O grande trunfo para nós do interior do Estado é o chamado hiperlocalismo. Em um veículo grande, da Capital, por exemplo, metade das informações já foram dadas na televisão ou nas redes sociais. Já aqui, quando se abre o Jornal do Povo, encontram-se matérias sobre o que acontece na cidade e na região."

Além disso, a credibilidade criada pelo jornal nos quase 95 anos de circulação faz com que a publicação seja a primeira a ser buscada para o consumo de informações confiáveis. "Temos outros dois ou três blogs de notícias que circulam aqui, mas não com a mesma confiabilidade que levantamos durante o período em que existimos", afirmou. Outro ponto importante é a proximidade à população local, fruto da história praticamente centenária do semanário. "Existe, de fato, uma intimidade entre o leitor e o jornal, alimentada pela nossa longevidade e pelo nosso histórico crível", opinou Eládio.

Com uma tiragem média de seis mil exemplares diários e com edições de segunda-feira a sábado, o Jornal do Povo, conforme o empresário, tem uma "grande força editoral e alta penetração" no município. O diretor ainda rebate o pensamento de que haja uma baixa quantidade de impressões em relação a população cachoeirense, que chega a 81 mil pessoas. "Desse número, até 12% são crianças e outros 30% vivem com o Bolsa Família e por volta de 5% são analfabetos. Então, o mercado de consumidores com condições para arcar com uma assinatura e que têm acesso à leitura, fica restrito a 50% dos moradores", exemplificou. 

Ele também leva em consideração o fato de que um exemplar pode ser lido por outras três ou quatro pessoas integrantes de uma família. "Nesse caso, nosso jornal chega a praticamente 40% do público capacitado para poder adquirir de forma permanente o JP", contextualizou. 

Futuro

Para 2024, a expectativa é chegar a 2% de crescimento real no número de exemplares vendidos e de assinaturas. "É pouco? Pelo contrário, é muito dentro do quadro brasileiro de redução de tiragens", afirmou. Na contramão dos demais veículos que buscam atingir novos clientes para o digital, o objetivo no Jornal do Povo é focar as forças no aumento da base de clientes da versão física, mas sem esquecer do meio virtual. 

A estratégia é sustentada no pensamento de que ainda há "muito espaço" para o impresso, mesmo em um momento de queda do meio, principalmente no interior. "O nosso diferencial é o hiperlocalismo do jornal. Enquanto a TV entra com um noticiário geral, com informações nacionais e internacionais, nós mostramos a comunidade e o que essas pessoas querem ver. Claro, na internet se encontra essas notícias, mas nós damos a garantia da confiabilidade, da apuração e da credibilidade", concluiu. 

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