Luciano Costa: Encorajador de pessoas

Ser âncora de telejornal e piloto de avião estavam entre seus sonhos, mas foi a arte e a imagem que acabaram o conduzindo

Luciano Costa, consultor de inteligência empresarial da Exponencial Pessoas & Negócios, Comunicação & MKT

Muitas histórias poderiam ser escritas no perfil do consultor de inteligência empresarial da Exponencial Pessoas & Negócios, Comunicação & MKT, Luciano Costa. Não é à toa que a versatilidade é um dos seus traços mais marcantes. Esta que é uma das quatro características sobre o que é preciso ter na vida, que aconselhava aos seus alunos do curso de locução para rádio e TV da Oscip/Feplam. Ficou curioso para saber quais são as outras? Continue a leitura...

Nascido em 18 de julho de 1972, em Novo Hamburgo, foi ainda na infância que o menino curioso teve seu primeiro contato com a área da Comunicação. Os pais se separaram quando tinha quatro anos. Então, recorda que a mãe, a funcionária pública Maria Clara da Costa, namorou um radialista e, por isso, era comum frequentar os estúdios de rádio.

Aos 10 anos, mudaram-se para Porto Velho, em Rondônia. Na nova cidade, Maria Clara apresentava um programa de televisão. Foi aí que, ainda menino, pôde conviver nos bastidores de TV, rádio e agências de Publicidade. Sempre atento ao funcionamento dos equipamentos, da parte técnica e postura dos profissionais, os olhos brilhavam a cada chamada para entrar no ar. "A Comunicação esteve presente na minha vida toda, principalmente na infância e adolescência. Sempre gostei de toda a função que envolvia os bastidores", conta. 

Cinema Paradiso 

Foi nesta época que o meio-irmão mais velho do Felipe, da Gabriela, do Gustavo, da Helena e do João Fernando teve contato com equipamentos que não se usa mais hoje em dia, como sistema U-matic de TV, pau de luz e videotape de 13kg. Atualmente, guarda parte de um acervo como este em um pequeno museu que montou em casa. 

Além de circular por emissoras, também cresceu dentro de salas de cinema, uma vez que o pai, o vendedor autônomo Danilo Pedro Hoerbe, gerenciou três salas na cidade natal, e a família ainda é proprietária de um, em Cachoeira do Sul. Foi assim que aprendeu o que acontecia por trás das telas e que acabou atuando como operador de projeção cinematográfica. Arte e imagem que acabaram contribuindo com a sua história. 

Amado mestre

Jornalista formado pela PUCRS, já trabalhava em veículo e atuava mexendo em equipamentos modernos durante a graduação, por isso, teve um papel de referência em algumas aulas. A pós-graduação em Liderança Estratégica de Negócios e Pessoas pela ESPM, concluída em 2009, foi mais uma experiência positiva, a partir da qual teve contato com diversos segmentos, troca de experiências e networking. Teve ainda a sorte de trabalhar com uma pessoa muito competente na área de Recursos Humanos. Foi ela quem o alertou que tinha uma boa capacidade em dar feedback e que chamou sua atenção para que buscasse esta qualificação. 

O curso foi tranquilo, pois muito do que a teoria dizia já aplicava na vida pessoal e profissional. Só foi incorporando aqueles insights, em especial de alguns "brilhantes professores", como Paulo Benaiter, Renato Fortes e Simoni Missel. "Para mim, o que mais vale é a palavra de um professor. O que ele diz oralmente a respeito de uma experiência que tenha vivido e a contribuição que te dá de situações que tu vais viver mais adiante na tua vida e na tua rotina é supervalioso". 

Empreendendo em todas as pontas 

Começou a carreira há 30 anos, quando terminou o ensino médio e se mudou para Santa Maria. Lá, fez um teste na Rádio 105 FM e recebeu como resposta que tinha 70% de chance, porém como precisava se sustentar e havia cursado o técnico em Contabilidade, acabou trabalhando nesta área durante o dia e, à noite, treinava locução e mesa de áudio. Até que apareceu uma oportunidade na mesma rádio e pôde dar seus primeiros passos profissionais na Comunicação. 

Em dezembro de 1994, veio para Porto Alegre para trabalhar cobrindo férias de um comunicador na Rádio Atlântida, e acabou conquistando uma vaga. Pouco tempo depois, coordenou a mesma emissora em Santa Cruz do Sul e teve sua primeira experiência em Gestão e em televisão.

No Grupo RBS, atuou por 24 anos, exercendo funções como comunicador e locutor - de comercial, entretenimento, news, chamadas institucionais e de programas. Além de gerente de Soluções nas áreas de Marketing, Produto e Operações da unidade de rádio, trabalhou liderando pessoas e processos. Em 2012, incorporou também a Gestão da Rede Gaúcha Sat e, dois anos depois, assumiu como a voz padrão da Gaúcha. 

Nos últimos anos de empresa, apresentou o Programa Discorama, na 102.3 e na Atlântida. Era o momento terapia do dia, pois interagia com a audiência e tocava o que gostava, os clássicos dos anos 70, 80 e 90, os mesmos que colocava para embalar as pistas da festa Balonê, como DJ. 

Desde 2019, está à frente da Exponencial, em sociedade com o colega Rafael Cechin, atendendo a clientes como a Rádio ABC de Novo Hamburgo e o Grupo Oceano, além de projetos como o TINGAcast, a Carla Faccin, entre outros.   

Quarteto fantástico

Mas nem só de bastidores e Comunicação gira a sua vida. Foi ainda criança que conheceu, em Cachoeira do Sul, aquela que seria a sua companheira de vida. Da relação de mais de 30 anos com a advogada Paula, nasceu o Eduardo, 15 anos, e a Gabriela, seis. É difícil agradar a todos em tempo real, mas, quando estão juntos, tem espaço de leitura ou ajuda nas tarefas de casa com os filhos.

O que distrai o quarteto mesmo são os equipamentos eletrônicos. Porém, sempre que podem, saem do apartamento localizado em Porto Alegre para aproveitar a casa na praia, em Arroio do Sal. É nessa casa que costuma fazer as atividades domésticas. Não para nunca. Varre o pátio, organiza o jardim, faz pequenos reparos, corta grama. "Não é TOC. É terapia", esclarece. 

A família se completa com os dois gatos, a Pipa, da raça exótica, e o Snow, um persa, este último em homenagem ao primeiro seriado que se apaixonou, Game of Thrones.  E por falar em séries, aproveita um programa com cada membro da casa. Com a Gabi, costuma assistir Discovery Kids. Com a esposa, é Canal I e Discovery Home & Health e, com o Eduardo, futebol e séries. Entre as últimas produções que acompanhou, estão La Casa de Papel, Dark e Into the Night. Gremista, compartilha que teve o privilégio de apresentar o jantar de aniversário do Grêmio de 115 anos, em 2018, o que considerou uma experiência incrível.

Da sétima arte, gosta daqueles filmes que falam sobre fé, milagres e situações que o mundo chama de sorte. Cristão, diz que crê muito em Deus e tem um grupo de amigos que, eventualmente, se reúne para orar e ler um pouco da Palavra.  

Piloto e âncora de telejornal

Como ex-futuro comandante de avião frustrado, explica que, em março de 1990, com o confisco das poupanças e aplicações financeiras pelo então presidente Fernando Collor de Mello, "papai se ferrou e eu deixei de ser piloto de avião". Nesta época, já havia feito a matrícula em um aeroclube, para tirar o brevê, documento que dá ao seu titular a permissão para pilotar aviões, sendo dividido nas vertentes civil e militar. Considera-se um autodidata da aviação e estuda bastante sobre o assunto, mas acabou seguindo para sua segunda paixão, o Jornalismo, porque era mais barato.

Seu sonho de infância passava por ser âncora de telejornal, uma vez que é da geração que viu o falecido jornalista Bira Valdez na televisão e pensava: "Eu quero ser este cara aí". Enveredou para o rádio e é grato pela vida o ter conduzido para testemunhar a transformação do analógico para o digital. Sente-se privilegiado em ter presenciado a mudança de comportamento e como as pessoas consomem a Comunicação. Acredita que daqui a 50 anos seremos estudados como os sobreviventes desta transformação. Parafraseando o amigo Dado Schneider, brinca: "Isso tudo aconteceu bem na minha vez?", e completa agradecendo: "É um tremendo privilégio viver tudo isso", comemora. 

Além de Dado, que está entre suas referências, a lista se completa com a esposa, que está o aguentando, celebrando e chorando junto há 30 anos;  Steve Jobs; o professor e difusor de conteúdo ligado à transformação digital e inovação Gil Giardelli; Ligia Zotini, pesquisadora e fundadora do Voicers; Gil Azevedo, ex-colega que lhe deu um baita amparo quando saiu da RBS; Fabiana Marcon, líder inspiradora; Gerson Pont, que o ajudou no início da carreira. Completam a lista pessoal: Daniel Scola, ser humano de uma sabedoria, inteligência e simplicidade ímpares, segundo ele; Cyro Martins, Rafael Cecchin e o amigo e jornalista Marcos Piangers, que são pessoas que o inspiram. 

Apaixonado por humanos, destaca que a próxima revolução que vivenciaremos será a comportamental, mas já está preparado. Prova disso é o nome de sua palestra: 'Liderando humanos antes de Pessoas e Processos'. Generoso, gosta de ajudar o próximo. Entre os planos para o futuro, está continuar a desenvolver e encorajar aqueles que cruzarem o seu caminho. Ah! E sobre as características que preza, citadas no início deste texto, Luciano diz que é preciso ter: humildade, naturalidade, versatilidade e felicidade.

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