Para além dos reports de tendências: conheça alguns comportamentos que marcarão 2025
De Luciana Leie, para o Coletiva.net

Todo início de ano traz uma avalanche de reports de tendências: comportamentos, cores, ferramentas, novas mídias e assim por diante. Em meio a tanta informação e a imprevisibilidade dos tempos - com desafios econômicos persistentes, como inflação e juros altos -, tentar antecipar o sucesso parece loucura. A cultura, viva e mutável, dita o que está em alta e o que não está mais, como o verde BRAT desbancando o Peach Fuzz como cor do ano, em 2024. Diante disso, em vez de listar infinitas possibilidades, vejamos dois movimentos comportamentais que podem ajudar as marcas a se conectarem melhor com seu público.
Evoluir Fora de Série - O desejo por curadoria
Em um mundo de crises constantes, onde a confiança em governos e instituições se esvai, os consumidores estão assumindo o controle de suas vidas, buscando evolução em áreas como finanças, relacionamentos, saúde e carreira. Contudo, depender apenas de esforços próprios pode cansar, e o conteúdo oferecido por algoritmos e influenciadores pode se tornar repetitivo e sem alma. Nesse cenário, cresce o desejo por conteúdos mais significativos, que agreguem valor real e fujam do óbvio.
Segundo a empresa de consultoria Accenture, 68,2% das pessoas se conectariam mais com marcas que produzem conteúdos educativos, como vídeos e blogs. Influenciadores, antes focados em recomendações de produtos, agora ajudam a resolver problemas reais, enquanto comunidades nichadas em hobbies, bem-estar e finanças ganham força. Para as marcas, a oportunidade está em co-criar ferramentas que ajudem seus consumidores a alcançar pequenas metas, oferecendo soluções práticas e colaborativas. Um exemplo é a marca de macarrão ramen Immi, tem o propósito de fazer as pessoas se sentirem bem, por isso em seus conteúdos nas redes sociais eles trazem vídeos de pessoas nas ruas de Nova York dando conselhos sobre como levar a vida de forma mais leve.
Escape emocional e o poder da conexão
Em tempos de incerteza, os consumidores buscam alívio emocional e conexão para lidar com o estresse. Isso se reflete em campanhas com tom de humor, design otimista e experiências que promovem encontros reais. O "design dopaminérgico" - com cores vibrantes e mensagens positivas - segue em alta, enquanto práticas que incentivam interações táteis e comunitárias se tornam mais valorizadas.
Como destaca a Foresight Factory, plataforma de consultoria comercial e de tecnologia, "mesmo vivendo em um mundo hiperconectado, os sentimentos de isolamento são generalizados". As marcas têm a chance de criar momentos de leveza e conexão, promovendo pequenas alegrias que fortalecem relações positivas com seu público.
Esses movimentos refletem um desejo crescente por autenticidade, educação e vínculos emocionais. Para 2025, marcas que abraçarem esses indícios comportamentais terão mais chances de criar conexões duradouras e relevantes.
Luciana Leie é sócia da LYP Branding e Estratégia.