Papel das marcas diante da 'ecoansiedade' é debatido no 'Encontro+B Amazônia 2025'
Natura e Fcmscsp apresentaram os primeiros achados de um estudo sobre o impacto da mudança climática na saúde mental e no bem-estar dos brasileiros


Na sala Igapó do 'Encontro+B Amazônia 2025', a Natura e a Faculdade de Ciências Médicas da Santa Casa de São Paulo (Fcmscsp) apresentaram os primeiros achados de um estudo inédito, ainda em andamento, sobre o impacto da mudança climática na saúde mental e no bem-estar dos brasileiros. A sessão 'O papel das marcas: respostas à ecoansiedade' reuniu Geraldo Aleandro de Sousa, gerente de Sustentabilidade da Natura; Daniela Diógenes, gerente de P&D em bem-estar e experiência de produtos da Natura; e o professor Dr. Lucas Murris Marques, pesquisador em neurofisiologia da Santa Casa.
Em fase de coleta de dados via WhatsApp e Telegram, com apoio de um chatbot, o estudo já reúne participantes de todos os estados brasileiros. Entre os conceitos abordados está a 'solastalgia' - sofrimento emocional causado pela degradação do ambiente em que se vive. "Quanto maiores as mudanças provocadas pela crise climática, maior o sofrimento das pessoas. Essa dor tem nome e precisa ser reconhecida: solastalgia", explicou Geraldo de Sousa, reforçando a urgência do tema.
Daniela destacou que, para a Natura, a regeneração vai além do meio ambiente e inclui também o cuidado humano. "Bem-estar mental ainda é pouco falado e mensurado. Quando trazemos isso para a pesquisa, para o mercado e para eventos como este, ampliamos a consciência e criamos espaço para soluções de verdade", afirmou.
A gerente lembrou ainda que insights de pesquisas anteriores já resultaram em produtos concretos, como as linhas 'Todo Dia', criada após ouvir mais de duas mil mulheres negras e pardas sobre suas necessidades de bem-estar, e 'Ekos', que fortaleceu laços com comunidades amazônicas. Entre as novidades recentes, está a parceria com a Nespresso, que transformou cápsulas de café usadas em embalagens recicladas.
O professor Lucas Murris Marques ressaltou que estudos desse tipo ajudam a instrumentalizar o debate no Brasil. "O sofrimento associado à 'ecoansiedade' não é abstrato - ele já acontece aqui e agora. Mas também temos as ferramentas para agir e mudar esse cenário." No painel concluiu-se que, diante da crise climática, marcas têm o papel de avançar da lógica da crise para a lógica do cuidado, conectando ciência, negócio e impacto positivo para pessoas e comunidades.
Coletiva.net e Agência Eyxo estão em Belém para cobrir o 'Encontro+B Amazônia 2025'. O evento, que se estende até sexta-feira, 5, Trata-se de um encontro no qual líderes empresariais, comunidades, organizações aliadas e cidadãos se reúnem com um propósito comum: transformar a realidade a partir do mercado, com impacto coletivo. O público pode conferir materiais nas redes de ambas as empresas.