Sobre ser mulher e jovem

Por Ilana Xavier, para Coletiva.net

Eu intitularia esse artigo como: Sobre ser mulher, JORNALISTA e jovem. O problema é que ainda não tenho diploma e isso, como minha idade, faz com que eu seja desacreditada, assim como acontece com meu potencial (sei que o tenho). De qualquer forma, a pauta principal é ser MULHER. Resolvi trazer a perspectiva da jovialidade, já que estou prestes a completar 22 outonos. Mas não se enganem, de amenidades citarei apenas a estação do ano. O decorrer desta divagação é um sinal de ALERTA.

Vivemos (e que bom) em um tempo onde as mulheres estão acordando, mesmo que aos poucos, mesmo que a começar pela minha geração. Nós, mulheres de 20 e poucos anos, estamos conscientes de nossa missão: fazer com que nossas mães, tias e avós também se deem conta que há um mundo que precisa ser explorado. Esse mundo é o da igualdade, de salários, de oportunidades, de relevância social. 

Ao mesmo tempo em que é gratificante encabeçar uma revolução e mostrar que bebemos cerveja (tanto quanto ou mais que homens), que podemos gostar de futebol, sexo e sinuca, que temos o dever de fazermos o que nossa consciência julga como certo sem preocupação com julgamentos alheios, é triste que o machismo esteja tão impregnado em nossa história que faz com que essa movimentação ande a passos tão miúdos e descompassados. 

Da mesma forma, ser JORNALISTA, ou comunicadora (que é como se referem a mim), é um desafio cada vez mais árduo e impactante. Tanto que, se não fosse meu maior objetivo (ah, e como eu gostaria de desejar algo mais fácil), já teria abandonado esse barco. Por sorte, ao passo em que continuar essa jornada seja insanidade, há mulheres (jornalistas) que me inspiram ao ponto de fazer com que eu me apaixone por essa luta tão necessária. Gratidão a todas vocês. Saibam que eu sou um exemplo de êxito destes movimentos que dão luz à esperança de um amanhã aonde vão nos deixar trabalhar. 

Por fim, mas não menos importante, deixo um apelo: incentivem as gurias. Se não desistimos ainda é porque a humanidade tem algo a aprender. Oportunizem o debate, temos algo importante a dizer. É preciso que todos escutem sem pré-conceitos e de coração aberto. Somos tão capazes quando nossos nobres colegas. E MULHERES (da Comunicação ou não) é preciso que a gente se una. Basta de rivalidades. Devemos estar caminhando juntas até que o mundo se torne um lugar onde não nos sintamos ameaçadas.  

Ilana Xavier é acadêmica de Jornalismo, assistente de Comunicação em Coletiva.net e assessora de Imprensa. 

Comentários