A história brasileira mostra uma alternância entre períodos de exceção e de democracias frágeis. São exemplos do primeiro caso o governo Arthur Bernardes (1922 a 1926), praticamente todo sob estado de sítio, o período do Estado Novo (1937-1945) e o da Ditadura Militar (1964-1985).

No momento, vivemos sob uma democracia sob riscos constantes. Recentemente tivemos uma tentativa de golpe, em meio a uma série de atos e atitudes antidemocráticas, algumas delas carregadas de elementos de terrorismo. Não bastassem às ameaças à democracia, ainda enfrentamos ações no estilo mafioso, como tentativa de fragilizar a soberania nacional.

O mais incrível nisso tudo é ouvir seguidores da família Bolsonaro - que nunca escondeu sua afeição pelo regime implantado em 1964, por torturadores e por golpes -  afirmar que vivemos sob uma ditadura.

São pessoas que defendem a interferência dos Estados Unidos, apoiando inclusive o tarifaço e a chantagem para que Bolsonaro seja liberado na marra dos processos pelos quais responde.

Com tudo isso, essa parcela se autodeclara democrata e patriota. Não é uma pura questão de direita ou esquerda, de governo ou oposição. É sobre o país, sua economia e seu povo.

Além dos males que atingiram a todos que lutaram pela democracia -  como tortura, censura, prisões arbitrárias, mortes e desaparecimentos -, o período de ditadura deixou um mau legado que até hoje provoca confusões nas mentes de tantos, seja por falta de conhecimento, seja por distorções da história. Outros, porém, por pura incoerência e muita cara de pau.