Coronavírus, o que mais seria?

Por Grazielle Araujo

Não se fala em outra coisa há semanas. A cada nova hora temos uma nova informação mundial. Desde ontem, as notícias regionais ganharam ainda mais destaque com o primeiro caso constatado no Rio Grande do Sul e hoje de novo, com mais um em Porto Alegre e com a declaração de pandemia pela Organização Mundial da Saúde. Não há como fugir, evidente. O principal papel da imprensa é o de informar, a gente sabe. E isso reflete em tanta coisa. Economia, turismo, mudança de hábitos, política e até o Grenal de amanhã entrou no jogo.

De todas as reportagens, pra mim, a melhor foi com o ministro da saúde, Henrique Mandetta, e com o secretário-executivo da pasta (meu querido ex-chefe), João Gabbardo, ensinando a correta lavagem das mãos. Gente, isso é serviço, isso é comunicação, isso é informação. Um simples hábito pode fazer toda a diferença na precaução do contato. É preciso que as pessoas saibam que não é letal da forma como parece, que é mais uma gripe que nós, gaúchos, tanto colecionamos. Claro, é sério, mas há tantas outras doenças mais perigosas e que nunca tiveram tanta exposição na mídia. Orientações simples sobre o hábito de lavar as mãos, espirrar e tossir no braço deveriam ser noticiadas e compartilhadas a cada chegada do inverno. Que eu me lembre, só vi na imprensa quando tivemos a já não mais famosa Gripe A.

Como existe em diferentes situações, também tem quem se aproveite do tema do momento para criar fatos. Fiquei sabendo de cada sugestão de pauta juntando uma coisa com a outra só para tentar "vender" pauta. Eu confesso que acho isso de última, mas né?! Combinei com meus assessorados que seremos apenas reativos. Se a imprensa nos procurar e se tivermos algo a falar, será um dado realista e ponto. No varejo, por exemplo, teve uma pauta sobre o que os empresários estão fazendo para lidar com o problema. E um case virou notícia por ser inusitado. Quando o assessorado me questionou se falaríamos algo além, dei a minha opinião que só o exemplo já bastava. E basta mesmo. Porque a população fica arredia, aumenta o caos, se desespera, fica com medo. Às vezes nem sabem o conteúdo da notícia, mas já saem estocando máscara e álcool gel, já não levam os filhos para a escola, já procuram um posto de saúde no primeiro cof cof.  De novo, é preciso informar. De desinformação já estamos cheios.

Autor
Grazielle Corrêa de Araujo é formada em Jornalismo, pela Unisinos, tem MBA em Comunicação Eleitoral e Marketing Político, na Estácio de Sá, pós-graduação em Marketing de Serviços, pela ESPM, e MBA em Propaganda, Marketing e Comunicação Integrada, pela Cândido Mendes. Atualmente orienta a comunicação da bancada municipal do Novo na Câmara dos Vereadores, assessorando os vereadores Felipe Camozzato e Mari Pimentel, além de atuar na redação da Casa. Também responde pela Comunicação Social da Sociedade de Cardiologia do RS (Socergs) e da Associação Gaúcha para Desenvolvimento do Varejo (AGV). Nos últimos dois anos, esteve à frente da Comunicação Social na Casa Civil do Rio Grande do Sul. Tem o site www.graziaraujo.com

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