IN FORMA (03/09/2025)
Por Marino Boeira

Salvo uma ou outra recordação de algum saudosista como eu, a data mais importante da história política do Rio Grande do Sul - a Campanha da Legalidade comandada por Leonel Brizola - passou quase despercebida pela mídia e pelos políticos gaúchos.
Em vez disso, páginas e páginas dos jornais e espaços generosos da televisão e rádio, desde o início desse mês de setembro, foram utilizados para saudar uma revolução que não houve - a chamada Revolução Farroupilha - e cultuar um passado que devia ser criticado e não exaltado.
Enquanto a Legalidade olhava para frente e se propunha, a partir da legitimidade do mandato de João Goulart como Presidente da República, fazer uma verdadeira revolução social com as chamadas Reformas de Base, o que se promove nesse mês de setembro é a exaltação de um passado idílico onde patrões e peões viveriam numa santa paz.
Até o próximo dia 20 de setembro, a pretexto de comemorar a chamada Semana Farroupilha, veremos um desfile de figurinos fora de moda, como bombachas, pilchas e lenços coloridos que esses novos gaúchos criados no asfalto gostam de exibir.
Vamos relembrar com orgulho a Legalidade como uma prova de que houve no Rio Grande um momento de conscientização política a favor de uma revolução social de verdade e analisar o movimento de 1835 com olhar crítico.