Preconceito que aflora

Por Renato Dornelles

Chegamos a mais uma Semana da Consciência Negra. E infelizmente com mais um fato relacionado a atos racistas repercutindo pelo país. Desta vez, de uma torcedora do Avaí, de Santa Catarina, flagrada no estádio xingando, com ofensas contendo injúrias raciais, xenofobia, aporofobia, entre outros preconceitos, contra torcedores do Remo, de Belém do Pará.

As ofensas, além de tudo, demonstram a intolerância existente no futebol, com torcedores não querendo aceitar que outros tenham preferências diversas. Mas o pior de tudo é vê-los, ou vê-las, descarregando seu desrespeito em estádios de futebol, locais destinados à pratica do esporte que, por sua natureza, deveriam congregar.

Ao contrário disso, não são raros os casos em que vemos atitudes racistas, machistas, homofóbicas, quando não de total incivilidade, com violências por vezes extremas e fatais. Mas, felizmente, esse tipo de atitude é praticado por uma minoria. E até por isso, em respeito à maioria, essas atitudes devem ser exemplarmente coibidas.

A defesa de tal torcedora se manifestou em seu nome e, obviamente a seu favor, pedindo desculpas pelo acontecido. Tentou justificar as atitudes dela alegando que ocorriam no estádio "diversos conflitos paralelos, que geraram um ambiente de tensão que alterou o estado emocional de muitos torcedores".

Sim, são nesses momentos que vemos quem realmente as pessoas são. Se quando alteradas emocionalmente costumam descarregar seus preconceitos é porque os guardam dentro de si e os manifestam nos momentos de ódio ampliado. E ainda há quem questione a existência da Semana da Consciência Negra.

Viva Zumbi dos Palmares, pela igualdade racial e o fim dos preconceitos.   

 

A defesa da torcedora do Avaí Futebol Clube, vem a público esclarecer os fatos relacionados ao vídeo que circula nas redes sociais.

O registro divulgado não retrata quem é a torcedora, nem seu comportamento habitual. Durante a partida realizada em 15/11/2025, no Estádio da Ressacada, diversos conflitos paralelos ocorreram no interior do estádio, gerando um ambiente de tensão que alterou o estado emocional de muitos torcedores, incluindo ela.

Autor
Jornalista, escritor, roteirista, produtor, sócio-diretor da editora/produtora Falange Produções, é formado em Jornalismo pela Pontifícia Universidade Católica do Rio Grande do Sul (PUCRS) (1986), com especialização em Cinema e Linguagem Audiovisual pela Universidade Estácio de Sá (2021). No Jornalismo, durante 33 anos atuou como repórter, editor e colunista, tendo recebido cerca de 40 prêmios. No Audiovisual, nos últimos 10 anos atuou em funções de codireção, roteiro e produção. Codirigiu e roteirizou os premiados documentários em longa-metragem 'Central - O Poder das Facções no Maior Presídio do Brasil' e 'Olha Pra Elas', e as séries de TV documentais 'Retratos do Cárcere' e 'Violadas e Segregadas'. Na Literatura, é autor dos livros 'Falange Gaúcha', 'A Cor da Esperança' e, em parceria com Tatiana Sager, 'Paz nas Prisões, Guerra nas Ruas'. E-mail para contato: [email protected]

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