Somos todos designers - 1 de 3

Bom, como bem diz o título do artigo: somos todos designers. Eu sou designer, você é designer, sua/seu namorada/o é designer e o seu melhor amigo é, também, designer. Como o assunto é interessante, mas precisaríamos de muitos mates para eu te detalhar tudo, resolvi dividir o tema em três artigos, sendo um por semana: primeiro, a inovação e as organizações; seguido do Design propriamente dito; e, depois, o pensamento do Design.

Durante as últimas décadas, por diferentes motivos, mas, especialmente pela incapacidade das instituições políticas, baseadas no estado-nação, de responderem aos problemas globais, observa-se cada vez mais a importância da inovação pelo viés das organizações.

Entretanto, no momento em que o centro de toda a atividade econômica do mundo em desenvolvimento passou da produção industrial à prestação de serviços e à gestão do conhecimento, a inovação se tornou, também, uma estratégia de sobrevivência para as organizações. Sendo assim, é natural que o debate sobre gestão da inovação ocupe posição central nos meios acadêmicos e empresariais e tenha vários desdobramentos e perspectivas.

Desde a primeira metade do século passado, o design está presente nas organizações de diferentes formas e sempre orientado à inovação e à solução de problemas complexos. Problemas que, normalmente, os modelos tradicionais, orientados pelo pensamento linear, não conseguem dar respostas.

Recentemente, empresas financeiras, empresas de capital de risco, consultorias de negócios, consultorias de gestão e, especialmente, startups têm incluído designers em seus times e incluem o "design" e suas diferentes interpretações em seus portfólios de serviços.

Para Richard Buchanan, pesquisador e editor do Jornal Design Issues, o pluralismo do design pode atuar em diferentes dimensões dentro da estrutura organizacional. Desde o processo cognitivo básico, passando pelo questionamento criativo, avançando na implementação de novos modelos até a transformação inovadora e criativa do espírito e da cultura da toda organização.

Então, podemos dizer que, dentro do universo da inovação nas organizações, o design assume cada vez mais um papel importante. Porém, é fundamental observar que essa relevância acontece quando o design passa a não ser mais entendido como uma área ou um departamento dentro das organizações, mas como uma disciplina transversal, como um comportamento, um mindset e, muito especialmente, um jeito de pensar.

Na próxima semana continuaremos abordando esse tema no artigo: somos todos designers - 2 de 3.

Autor
Engenheiro, fundador, ex-CEO e ex-presidente do Conselho de Administração da AG2, fundador e ex-presidente da Associação Brasileira de Agências Digitais (AbradiRS) em duas gestões. Presidente do Conselho de Administração da Seekr de Blumenau e também sócio e membro do Advisory Board das seguintes empresas: Alright, MPQuatro, Delta, Zeeng, DEx01 e Minovelt. Foi eleito pela plataforma Proxxima um dos 10 profissionais mais inovadores do mercado brasileiro, em 2011. É professor do curso de Comunicação Digital da Unisinos e mestrando em Design Estratégico. Já trabalhou com estratégia digital para as principais marcas do mercado brasileiro incluindo Bradesco, Toyota, GM, Natura, Rio2016, Vale, Embraer, C&A, entre outras.

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