Critério revela que pré-candidatos apontam mídias sociais como prioridade para campanha eleitoral

Especialistas em marketing político apresentaram, em live, dados de consulta de percepção sobre as eleições 2020

Live da Critério - Divulgação

Para 78,8% dos pré-candidatos a prefeito consultados no Rio Grande do Sul, as mídias sociais serão a prioridade entre as ferramentas de comunicação na campanha eleitoral de 2020. Os dados fazem parte de levantamento inédito de percepção sobre as eleições 2020, apresentada nesta quinta-feira, 19, pelos especialistas em marketing político da Critério - Resultado em Opinião Pública.

A empresa de Porto Alegre, que tem em seu histórico campanhas eleitorais para prefeito, governador, deputado estadual, entidades representativas e da dupla Grenal, fez uma consulta de percepção envolvendo 52 pré-candidatos de todo o Estado, entre os dias 10 e 16 de junho. Os índices foram apresentados durante live no Facebook, onde os profissionais comentaram os resultados. Do total, 61,5% dos políticos concentrarão maior energia no Facebook, enquanto 32,7% dos prefeituráveis focarão suas forças no WhatsApp. 

"Pesquisas mostram que as redes sociais são onde a maioria da população busca informações sobre a política local. E, com a pandemia, essas plataformas estão numa valorização crescente. A grande questão disso para a eleição não é a importância, mas o jeito corrente de utilizar as redes: não só produzir conteúdo, mas como marcar uma presença de forma eficiente", avalia o publicitário Giuliano Thaddeu.

O jornalista Lucas Dalfrancis pontuou que, desde 2004, as redes sociais já fazem parte das eleições no país, com o Orkut. "Isso explodiu em 2018, com a eleição do presidente Jair Bolsonaro. E a expectativa é de que as redes sejam um canhão no pleito deste ano. Hoje, o eleitor tem voz ativa nessas mídias, mostra como a vida acontece - e essas plataformas trazem relação de empatia entre quem vota e quem é votado", comentou.

De acordo com o levantamento, 78,8% dos entrevistados já estão fazendo pré-campanha. Além disso, todos os prefeituráveis pretendem contar com acompanhamento profissional na eleição. "Não faz muito tempo, os profissionais de comunicação eram deixados de lado nas campanhas. Agora, os políticos estão percebendo a importância desse trabalho, de um olhar de fora", avalia Cleber Benvegnú, sócio-diretor da Critério. Ele acrescenta que as ferramentas de marketing político devem servir à essência e à verdade do candidato. "Quem não entendeu isso e está esperando um guru ainda não entendeu nada", enfatiza.

Para a campanha, pontua a jornalista Soraia Hanna, sócia-diretora da Critério, é essencial que haja planejamento e organização em todo o processo. "O que parece simples não é tão simples. E mesmo para buscar a simplicidade, é preciso o trabalho de um profissional. Isso dará mais segurança para a caminhada do candidato", ressalta.

O emprego e a saúde serão as principais pautas da eleição, de acordo com os pré-candidatos. Os temas registraram 32,7% e 23,1%, respectivamente, enquanto infraestrutura teve 15,4% de indicações e educação, 9,6%. Dados que chamam a atenção para o debate sobre o equilíbrio entre o combate à pandemia do coronavírus e a economia: "A realidade se impõe e exige responsabilidade. Todo mundo quer ter saúde, mas também uma vida digna, ter seu trabalho", comenta Soraia.

Boa parte dos pré-candidatos apontam que a política nacional não afetará significativamente a campanha municipal. Questionados sobre o grau de influência no pleito, a nota média foi 5. No entanto, alerta o jornalista Cleber Benvegnú, é inevitável que, de alguma forma, isso surja nos debate. "É preciso ter um posicionamento para o que acontece em Brasília. Não precisa estar num lado ou outro, mas tem de ter posição. Vai da estratégia e verdade de cada um", diz.

Em relação ao calendário eleitoral, 44,2% dos postulantes aos executivos municipais defendem a manutenção das datas previstas. Já 38,5% preferem o adiamento - tema já na pauta do Congresso, que prevê a ida às urnas em novembro. Outros 17,3% optam pela unificação das eleições em 2022. "Isso afeta, principalmente, o financiamento da campanha. Quanto mais for adiada, mais custosa ela fica", pondera Giuliano Thaddeu.

A partir do cruzamento de dados da consulta, foi possível identificar que quem é situação defende a manutenção do calendário, enquanto opositores optam pelo adiamento. "Naturalmente, os gestores, nesse momento da pandemia, têm mais visibilidade. Mas isso não quer dizer que se refletirá na eleição", destaca Soraia. Para Cleber, quem é oposição está num dilema: "a crítica a quem está no poder pode parecer oportunista. É necessário cuidado e responsabilidade", aponta.

Ainda sobre as redes sociais, o jornalista Lucas Dalfrancis pondera que elas sem existiram: "São nossas redes de relações: da canastra, do futebol. As mídias sociais são as das plataformas. Elas nascem, morrem, se reinventam". Para Giuliano Thaddeu, essas ferramentas não estão tirando papel da televisão: "sozinhas, não ganham uma eleição. Cada uma tem seu papel. O que muda é se esse papel é cumprido da forma correta".

Segundo a sócia-diretora Soraia Hanna, esse momento de pré-campanha é fundamental para que os candidatos mostrem sua essência: "Reputação é acúmulo. Essa é a hora de mostrar sua personalidade, seu trabalho, quem você é". E a jornalista faz uma recomendação: "Se você não gosta de pessoas, não entre na política. Ela é amor por pessoas, por construir. E precisamos de políticos que façam a diferença para nossa cidade".

Veja como foi a transmissão: https://bit.ly/LiveMktPolitico. Os dados completos da consulta podem ser conferidos pelo link: https://bit.ly/ConsultaPercepcoes.

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