Cinco perguntas para Martha Gabriel

Consultora, palestrante premiada, professora e autora de dois livros, Martha Gabriel está entre os dez mais ativos twitteiros do mercado de comunicação e mídia …

Consultora, palestrante premiada, professora e autora de dois livros, Martha Gabriel está entre os dez mais ativos twitteiros do mercado de comunicação e mídia digital. Em dezembro, a também diretora de tecnologia da NMD - New Media Developers vem a Porto Alegre para ministrar curso na área em que é considerada a maior autoridade do Brasil


1. Quem é você, de onde veio e o que faz?
Sou uma pessoa apaixonada por gente e tecnologia. Vim da engenharia para artes, passando por marketing e design, e tudo o que faço vive tangenciando essas áreas buscando agregar valor para o ser humano.
 
2. Qual a receita de sucesso que fez uma engenheira ser premiada três vezes nos Estados Unidos em congressos de tecnologia para web - melhor palestra em 2003, 2004 e 2008?
Acredito que a receita de sucesso em qualquer área é paixão e determinação. Eu adoro os assuntos sobre os quais falo. Costumo dizer que a paixão é o imã da atenção. Tudo que amamos nos interessa o tempo todo. Assim, estou sempre estudando e aplicando o que estudo. Antes de ganhar pela primeira vez o prêmio de melhor palestra nos USA, em um congresso onde eu era a única estrangeira, eu tive que estudar muito inglês, pensar em todos os detalhes da palestra e praticar todas as noites até o dia da apresentação. Gosto muito de uma frase de Thomas Edison que diz que "Talento é 1% inspiração e 99% transpiração". Aprendi isso no curso de engenharia e realmente é isso - é necessária muita determinação para transformar ideias em valor. Outra frase que gosto muito é do Roberto Shinyashiki, que diz que "Sucesso se constrói à noite". Durante o dia, todos trabalham, mas à noite é quando alguns continuam trabalhando enquanto outros fazem outras coisas. Essas horinhas de trabalho à noite, finais de semana e feriado, permitem a realização de atividades paralelas, sonhos, que não podemos realizar durante o dia. Isso faz toda a diferença para alcançar o sucesso, mas só se consegue ter essa determinação se for por paixão e não por obrigação.
 
3. No dia 11 de dezembro, a convite da ColetivaEAC, você vem a Porto Alegre ministrar o curso Marketing Digital. O que os participantes podem esperar do evento?
Estou bastante animada com o curso e as pessoas podem esperar 8 horas bastante dinâmicas! Pela experiência que tenho, as pessoas saem muito animadas desse curso, pois começam a vislumbrar novas possibilidades para suas ações de marketing. Vamos abordar assuntos que apesar de estarem no dia a dia das pessoas, muitas vezes passam despercebidos no dia a dia do profissional de marketing, como é o caso do Marketing de Busca, Marketing em Redes Sociais e Mobile Marketing. Vamos discutir principalmente esses três tipos de estratégias digitais de marketing. O foco do curso é estratégico e não tático, ou seja, o objetivo é habilitar as pessoas a entenderem o cenário atual para traçarem estratégias nessas áreas. Não mexeremos com ferramentas ou tecnologias muito específicas, que devem ser aprofundadas caso a caso, em função das análises estratégicas. Um dos principais problemas hoje no ambiente digital é justamente o fato dos profissionais começarem a usar as ferramentas de forma tática sem fazer uma análise estratégica anterior. Portanto, o foco desse curso é possibilitar essa visão estratégica maior.
 
4. Neste ano, o número de usuários de internet vai ultrapassar a marca de dois bilhões, o que equivale a cerca de 30% da população mundial. O dado justifica a importância de as empresas investirem estrategicamente na área? Por que e como fazer isso?
 
A penetração do digital no cotidiano das pessoas será cada vez mais crescente até o ponto de ter abrangência quase que total, como foi o caso da penetração da eletricidade no século passado. Hoje, a eletricidade é presente em quase todo o planeta. Assim será o digital. Assim, em breve, pararemos de nos encantar com o digital e voltaremos a fazer o que é realmente necessário, ou seja, usar o digital, como parte normal do cenário para resolver os problemas do cotidiano (da mesma forma que fazemos com a eletricidade hoje). Desse modo, o foco no digital no momento é essencial nesse período de transformação, quando as empresas ainda estão aprendendo sobre as possibilidades que ele alavanca, da mesma forma que as empresas tiveram que aprender como usar a eletricidade em seus negócios. A forma de fazer isso é a mesma forma que usamos no passado em todos os processos de transformações profundas - é necessário aprender e dominar as novas ferramentas para poder usá-las corretamente. É isso o que a maior parte das empresas vem buscando hoje: se habilitar no novo cenário digital.
 
5. Como será o futuro depois desta revolução protagonizada pelas mídias sociais?
Normalmente quando se fala do futuro, se erra - não sei o que vai acontecer no futuro, mas sei que vai ser diferente. Arriscando o meu palpite, acredito que conforme as pessoas fiquem cada vez mais conectadas e as mídias sociais ganhem cada vez mais volume, a ética, a privacidade e a transparência se tornarão cada vez mais valorizados. A privacidade valorizada por parte das pessoas, a transparência por parte das empresas, e a ética regulando as relações entre todos. As redes sociais online permitiram ao ser humano experiências completamente novas em termos de relacionamento, como a possibilidade de: a) se expor em grande escala e b) observar outros seres humanos em grande escala. Isso nunca foi possível antes na história da humanidade. Agora estamos experimentando isso no limite, mas até quando isso será novidade e atrairá a atenção do homem? Não sabemos, mas sabemos que isso tem impactado e deve impactar ainda mais o comportamento humano.
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