Estudo aponta que anúncios brasileiros reforçam sexismo e racismo

Pesquisa realizada pela UERJ ilustra publicidades veiculadas na revista Veja entre 1987 a 2017

O Grupo de Estudos Multidisciplinares da Ação Afirmativa (Gemaa), da Universidade Estadual do Rio de Janeiro (UERJ), realizou um estudo sobre a publicidade brasileira. Com o intuito de entender a diversidade, ou falta dela, a pesquisa avaliou anúncios publicados na revista Veja de 1987 a 2017. Desta forma, apontou-se o reforço do sexismo e racismo nas páginas patrocinadas veiculadas. 

Os pesquisadores avaliaram anúncios em 370 edições da revista, somando mais de 13 mil figuras humanas. Elas foram analisadas de acordo com gênero, raça, idade e ocupação, por exemplo. Ao averiguar as peças sob os critérios de raça e gênero, constatou-se que pessoas brancas costumam representar cerca de 80% das pessoas que aparecem nos anúncios publicitários. Neles, 46% dos retratados eram homens brancos, 37% mulheres branca, 8% homens negros ou pardos, e 4% mulheres negras ou pardas. Nas diversas categorias, os brancos predominam em todos os tipos de produtos anunciados, mas são menos presentes nos governamentais.

Em relação ao gênero, a proporção de mulheres na publicidade nacional é crescente, visto que há mais de 40% nas aparições nos últimos dez anos. Entretanto, o sexo feminino aparece mais em anúncios de determinados tipos de produtos que reforçam algumas distinções de gênero. As mulheres brancas são a grande maioria em anúncios de jóias (82%), enquanto os homens brancos predominam nos de automóveis (56%).

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