Mauro Borba se despede da Rádio Mix após 31 anos de Grupo Ulbra

Ao Coletiva.net, ele contou que pediu demissão por não se sentir mais pertencente ao projeto que estava sendo implantado no Grupo Ulbra

Mauro Borba chegou ao Grupo Ulbra em 1992 - Crédito: Fernanda Chemale

O jornalista Mauro Borba anunciou, na última quarta-feira, 28, por meio de suas redes sociais, a saída da Rádio Mix, após 31 anos no grupo. O comunicador, que atuou como diretor da emissora desde 2013, contou, em conversa com a reportagem de Coletiva.net, que pediu demissão por não se sentir mais pertencente ao projeto implantado no Grupo Ulbra.

Conforme o comunicador, houve uma mudança na gestão das emissoras e a diretoria pediu para que ele continuasse com o trabalho e que contava com sua experiência. "Mas, na prática, não estava acontecendo". Segundo Borba, a autonomia na condução dos processos acabou e não se sentia mais à vontade. "Estava há muito tempo e acho que a minha história foi muito exitosa dentro da emissora. Resolvi preservá-la", confessou.

Tempo na Mix

Borba avaliou o período que ficou na Rádio Mix como "intenso". Para ele, quando trocou a Ipanema FM pela então Rádio Felusp, em 1992, foi um momento difícil. Ainda conforme o comunicador, nos dois primeiros anos não conseguiu melhorar os resultados, "o que aconteceu quando foi criada a Pop Rock em 1997". "Foi um fenômeno de crescimento de audiência e faturamento, especialmente pelo programa 'Cafezinho' que chegou a ser líder geral de audiência entre todas as emissoras da Grande Porto Alegre", disse.

Programas

O jornalista recordou que a primeira equipe do 'Cafezinho' era formada por ele, Alexandre Fetter, Arthur de Faria e Celso Garavelo. "Depois muita história aconteceu. Entraram pessoas, assim como outros saíram. O Fetter voltou para a Atlântida para fazer o 'Pretinho Básico' e levou o Maurício Amaral e o Cagê Lisboa, que na época estava no 'Cafezinho'", recordou.

Borba também apontou que, logo após, surgiu a crise da Ulbra, o fim da Pop Rock e o projeto da Rede Mix. O comunicador avaliou o período como de muitas mudanças, desafios, mas também de conquistas. "Falo com muita satisfação de tudo isso. Muito agradecido a todos que participaram e a sensação é de missão cumprida", colocou.

Para Borba, o 'Cafezinho' foi o programa mais exitoso que participou em sua vida profissional, tanto em resultados, quanto no prazer em fazer. Ele ainda destacou as atrações 'Hora do Rush' e 'Boys Don't Cry', ao afirmar que gostava de participar. "O envolvimento com a gestão também foi interessante porque aprendi demais sobre administração e o envolvimento com as pessoas, que é o que faz a diferença", explicou. O comunicador complementou dizendo que a tecnologia e as mudanças importam muito, mas as pessoas estão acima de tudo. "O que se constrói com as pessoas é o legado que leva. Acho que esse é o melhor projeto para a vida."

Futuro

Borba dará continuidade ao podcast, o 'The BorbasCast. O profissional também produz um livro, mas não considera essa atividade como um novo projeto, uma vez que leva a escrita como algo costumeiro. "As festas 'Boys Don't Cry' estão firmes e fortes, agora no Viva Open Mall, e não quero me afastar do rádio, porque a minha vida sempre foi ele", revelou.

Ainda sobre o podcast, Borba realiza entrevistas com pessoas relevantes na cena cultural e artística de Porto Alegre e Rio Grande do Sul. O próximo programa será com o Edu K, sobre os 40 anos do De Falla. "Estou preparando uma espécie de talk show, chamado 'Café Passado'. A velha e boa conversa em torno de uma mesa", adiantou.

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