MPF volta a pedir cancelamento de concessões da Jovem Pan
Órgão protocolou um documento de 315 páginas que alega uma série de condutas ilícitas por parte da emissora entre 2022 e 2023

O Ministério Público Federal (MPF) voltou, recentemente, a solicitar o cancelamento das concessões públicas de rádio da Jovem Pan. A Procuradoria afirma que a emissora violou a liberdade de radiodifusão ao promover discursos "contrários às instituições". Em suas alegações finais de uma ação civil pública, o MPF também requer que a empresa pague uma indenização de R$ 13 milhões a título de danos morais coletivos. O órgão argumenta que a emissora foi uma "peça fundamental" no plano de "quebra da normalidade democrática".
Segundo o MPF, a programação da Jovem Pan foi investigada por uma série de vídeos publicados entre janeiro de 2022 e 8 de janeiro de 2023. A ação, aberta em junho de 2023, apurou "numerosas condutas ilícitas" que configuram "abusos de sua liberdade de radiodifusão e violações graves". No documento se citam declarações de ex-comentaristas da emissora, como Adrilles Jorge, Augusto Nunes, Guilherme Fiuza, Paulo Figueiredo (réu por tentativa de golpe), Rodrigo Constantino e Zoe Martinez. O órgão aponta, ainda, que a emissora teria veiculado discursos que buscavam conferir legitimidade a uma atuação das Forças Armadas.
No documento se argumenta que a emissora estimulava "ameaças ao Senado" e defendia uma "intervenção das Forças Armadas". O MPF considera que a emissora apresentou "difusos de informativos sobre o processo eleitoral de 2022". O mesmo também diz que o conteúdo do conglomerado midiático estava em "chamativa sincronia" com eventos críticos, como a tentativa de atentado a bomba em dezembro de 2022 e a invasão à Praça dos Três Poderes em janeiro de 2023. A Jovem Pan, porém, ainda não se manifestou sobre o assunto.