Nas primeiras semanas de 2024, seis jornalistas foram mortos na Guerra de Gaza

De acordo com a FIJ, 95 profissionais morreram desde o início do conflito, em 7 de outubro de 2023

Vários profissionais estão feridos e outros desaparecidos - Crédito: Banco de Imagens/Canva

Nas primeiras semanas de 2024 já foi registrado que pelo menos seis jornalistas e profissionais da Comunicação Social foram mortos na Guerra de Gaza. De acordo com a Federação Internacional de Jornalistas (FIJ), 95 profissionais morreram desde o início do conflito, em 7 de outubro de 2023: 88 palestinos, quatro israelenses e três libaneses. 

Também há profissionais feridos e outros desaparecidos; no entanto, o número exato de trabalhadores nessas situações não foi divulgado. A FIJ está trabalhando em conjunto ao Sindicato dos Jornalistas Palestinos (PJS), afiliado da entidade, para verificar a informação e documentar todos os assassinatos. 

Em 5 de janeiro foi morto o jornalista Akram Al-Shafei, no dia 7 foram assassinados o jornalista Hamza Al-Dahdouh e o videógrafo Mustafa Thuraya. Os jornalistas Heba Al-Abdallah, Ahmad Bdeir e Mohammed Jamal Sabahi Al Thalatini foram mortos em 9, 10 e 11 de janeiro, respectivamente.

A presidente da Federação Nacional dos Jornalistas (Fenaj), Samira de Castro, afirma que a entidade é solidária aos profissionais e ao povo palestino. "O número de jornalistas mortos na guerra em Gaza é maior do que o total de profissionais vitimados na cobertura da guerra do Iraque ou durante a Segunda Guerra Mundial". Conforme ela, há a necessidade de criar uma convenção internacional vinculativa para garantir a proteção, a segurança e a independência dos jornalistas no mundo todo.

Segundo o PJS, 9% dos jornalistas registrados em Gaza foram mortos desde o início da guerra. De acordo com o dado apresentado pela entidade, os profissionais na região têm de cinco a 10 vezes mais chances de serem mortos do que um cidadão médio. 

Para a Associação Brasileira de Imprensa (ABI), se os assassinatos continuarem no ritmo atual, quase metade dos jornalistas em Gaza estará morta até o final de 2024. O PJS diz ter registrado diversos casos de profissionais que morreram em ataques aéreos às suas casas, muitas vezes com danos limitados em apartamentos do mesmo edifício, ou foram mortos no trabalho por disparos de drones ou franco-atiradores. 

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