Presidente da Fenaj cobra segurança aos jornalistas nas eleições

Samira Castro ainda assinou carta aberta com representantes de outras 10 instituições reiterando o pedido

Carta indicou sete pontos de postura para candidatos assumirem - Adailson Calheiros

Nesta terça-feira, 30, a presidente da Federação Nacional dos Jornalistas (Fenaj), Samira de Castro, cobrou segurança aos jornalistas na cobertura das eleições. A fala foi proferida durante entrevista ao programa Conexão Assembleia, da Assembleia Legislativa do Ceará. Ela ainda destacou o lançamento de uma carta aberta aos candidatos, assinada por representantes de 11 instituições, pedindo comprometimento à integralidade dos profissionais de imprensa. 

De acordo com Samira, a violência contra jornalistas é analisada pela Fenaj desde 1990. Recentemente, foi registrado um aumento no número de ataques, ainda nas manifestações de 2013. Porém, a partir de 2019, observa-se uma série de recordes nos números de violência. Em 2021, foram registrados 430 ataques a jornalistas, segundo ela. "É necessário que as entidades se unam para cobrar a punição de quem comete violência contra jornalista. É preciso ainda que as pessoas saibam que quem quer calar um jornalista fere o próprio direito de ser informado", destaca.

A presidente ainda orientou que, os jornalistas que sofrerem algum tipo de ameaça ou ataque, devem realizar um boletim de ocorrência, o que permite o registro da violência, a sistematização de dados e a adoção de medidas de prevenção. "É inadmissível que, neste ano, em que completamos 20 anos da morte do jornalista Tim Lopes, a gente tenha que continuar alertando sobre os índices de violência. Nenhuma informação vale uma vida", pontua.

Samira também se mostrou preocupada com os impactos de notícias falsas na vida da população. "Fake news são mentiras. Se é falso, nem pode ser notícia. Em aplicativos de mensagens, é muito difícil para o cidadão identificar o que é informação verdadeira e o que é falso", critica. Além disso, a profissional defendeu o papel dos jornalistas e disse que eles têm um "papel essencial na produção de notícias que seguem critérios técnicos e também éticos". 

Sete pontos

A 'Carta compromisso com a liberdade de imprensa e a segurança de jornalistas nas eleições 2022' foi entregue a todos os candidatos à presidência da República. Ela pede que os postulantes ao Palácio do Planalto, seus partidos e coligações se comprometam com a defesa de condições livres e seguras para a atividade jornalística no período eleitoral. O documento, que pode ser conferido na íntegra clicando aqui, estabelece sete pontos de condutas que as candidaturas devem assumir até o fim do segundo turno.

O compromisso foi assinado por  representantes de 11 instituições ligadas à imprensa brasileira. Além da Fenaj, são signatárias: Artigo 19; Associação Brasileira de Imprensa (ABI); Associação Brasileira de Jornalismo Investigativo (Abraji); Associação de Jornalismo Digital (Ajor); Comitê de Proteção aos Jornalistas (CPJ); Intervozes; Instituto Palavra Aberta; Instituto Vladimir Herzog; Repórteres Sem Fronteiras e Tornavoz.

Aqui no Rio Grande do Sul, os candidatos ao governo do Estado também foram convidados a firmarem compromisso com o Jornalismo. A Associação Riograndense de Imprensa (ARI) está organizando sabatinas com todos os postulantes ao Piratini e entregando a eles o 'Termo de Compromisso com a Transparência e Liberdade de Informação'. O documento é assinado pelos políticos e pelo presidente da organização, José Nunes. Até agora, todos os 10 entrevistados aceitaram firmar compromisso.

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