Juan Pablo: Empreendedor corporativo

Colombiano apaixonado por estudar, trabalhar e viajar conta que sua vida pessoal decorre da profissional.

Juan Pablo Boeira, diretor Corporativo de Marketing do Grupo Herval - Crédito: Divulgação

Uma pessoa que está em constante busca para entender de onde viemos e para onde vamos. Assim é o filho mais velho do médico Armando Dávila Gonzales e único da secretária executiva Verci Maria Boeira. Pisciano, nascido em 4 de março de 1978, em Bogotá, na Colômbia, o diretor Corporativo de Marketing do Grupo Herval, Juan Pablo Boeira, é um eterno curioso e questionador. Apaixonado por estudar, aprender e viajar, assegura que sua vida pessoal é uma decorrência da profissional. Na bagagem, são mais de 20 anos de experiência em indústria e varejo, dirigindo as áreas de Inteligência de Marketing, Trade e Inovação em multinacionais e empresas de grande porte.

Inquieto e em constante busca por aprendizado, acredita que as únicas coisas que ficam da vida são conhecimento e cultura. Aprendeu isso na criação que recebeu dos pais, o que fez com que ajudasse na carreira e na vida como um todo. Ele foi como a maioria das crianças, gostava muito de brincar e sentia prazer e satisfação em aprender. Ainda pequeno, aos dois anos, após a separação dos pais, veio morar em Porto Alegre com a mãe. Aqui, o menino fez muitos amigos e se encontrou sendo escoteiro, praticando esportes, jogando futebol, acampando e participando de festivais de música. Uma infância que só lhe traz boas lembranças e alegrias.

Foi a aspiração por tocar instrumentos que o levou à primeira graduação em Música, pela Ufrgs. Apaixonado por rock'n'roll, gosta de vários gêneros, desde que seja bem feito. Também não dispensa uma batida mais eletrônica. "Existe uma diferença entre o que eu gosto e o que aprecio", explica. Música Popular Brasileira (MPB) não é o tipo de melodia que gosta, mas aprecia a qualidade nas composições. Se pegarmos seu Spotify, por exemplo, a playlist será de eletrônica e rock, principalmente da banda americana Alter Bridge, que já o fez, inclusive, ir até Roma só para poder assistir ao show.

Entre os instrumentos que toca estão baixo, bateria, piano, guitarra e o violão clássico, sendo os dois últimos o que tem melhor desempenho. Diz que precisa apenas de uns 30 minutos com o instrumento para "pegar a manha" e aprender. Há alguns anos, pôde explorar suas técnicas participando de bandas que o levaram para diversos lugares do Brasil, inclusive tocando em alguns festivais. Devido ao rumo que sua vida tomou, atualmente, este lado musical está sendo explorado apenas em festas familiares ou de amigos.

Churrasco colombiano

Por falar em família, a dele já estava predestinada a se formar. Algo que era para acontecer. Foi assim para Juan e a cientista da computação Luciane Schwalbe. O ano era 2010. Grande parte das pessoas que viveram a adolescência nos anos 1980 tinha um ponto de encontro, no primeiro sábado de cada mês, a Festa Balonê, no Bar Ocidente, no Bairro Bom Fim. Foi ali, naquele local, quando seus olhares se cruzaram, não teve para mais para ninguém. Desde então, não se largaram mais. Já são 10 anos de casamento com uma cumplicidade e parceria que cabe somente a eles, uma vez que o casal não deseja ter filhos. 

Apesar de ambos terem uma vida supercorrida, com muito trabalho e estudo, vão trilhando seus dias correndo atrás da máquina e tendo a companhia um do outro. Quando pode, gosta de fazer churrasco e passar os fins de semana na companhia da esposa, da mãe e das tias Beatriz, Ester e Lurdes.

Além da carne, é apaixonado por sushi e pizza. Especialista no que chama de churrasco colombiano, afirma que aprimorou as técnicas quando foi para o Burning Man, evento de contracultura que acontece anualmente no deserto de Black Rock, no estado norte-americano de Nevada. Lá, fazia churrasco todos os dias, para aproximadamente 70 pessoas.

Nem só de trabalho vive o homem

Das alegrias da vida, as viagens, as práticas esportivas, os cursos de capacitação e a sala de aula são descritos como o que mais gosta de fazer. Não importa qual seja a trip, podendo ser neve, campo ou praia, o importante é buscar referenciais, tanto de vida quanto profissionais. Confessa que não vê a hora de voltar a explorar este mundão, melhor ainda se for para participar de algum festival de inovação, que é algo que adora fazer. Entre os lugares que ainda deseja conhecer, estão um dos arquipélagos mais cobiçados do mundo, as Ilhas Maldivas, no Oceano Índico, e a pequena ilha do Pacífico Sul, Bora Bora, na Polinésia Francesa.

Torcedor do Internacional, Juan teve a oportunidade de ser dirigente de Marketing do clube do coração, em um dos melhores momentos do time, entre 2001 e 2007. Hoje, envolve-se apenas de fora, como admirador. Sempre que tem tempo, acompanha os jogos. Mesmo que esteja caindo aquela chuva de inverno e seja um jogo simples do Campeonato Gaúcho, sua cadeirinha estará lá, ocupada.   

Como jogador, já foi mais atuante, agora encara uma partida de futebol muito eventualmente, diferentemente do vôlei de praia, o qual antes da pandemia jogava uma vez por semana. Dos outros esportes, compartilha que faz academia em casa mesmo, nem que seja após a meia-noite, e, como o joelho não lhe permite mais correr, compensa com uma caminhada de cinco quilômetros, três vezes por semana.

Estudar sempre

Cheio de orgulho, compartilha que, por ser o mais velho entre os irmãos por parte de pai, serve de inspiração para a DJ Ana Maria, 30; o chefe de cozinha Tiago, 25; e a estudante de Marketing Mariana, 23, e que se esforça para não os decepcionar. Não é à toa que a sua formação é extensa. Além da Música, é formado em Administração, com ênfase em Finanças, pela PUCRS e tem pós-graduação em Comunicação, Finanças, Branding e Marketing, pela ESPM. Pela Unisinos, tem pós-graduação em Inteligência Artificial e é mestre e doutorando em Design e Inovação. Tem também Certificação em Inovação, em Harvard, e em Business Dynamics, na instituição de ensino Massachusetts Institute of Technology (MIT).

Além de tudo isso, foi professor de MBA de algumas das principais universidades do Estado, como ESPM, PUCRS e Unisinos, por 12 anos. "Para mim, estar em uma sala de aula ensinando é uma diversão. Amo dar aula", diz o fundador da Escola de Marketing da Alta Performance e Inovação (Emapi/Unisinos).

Desde que começou a estudar para o mestrado, em 2012, emendou um curso atrás do outro e, por isso, não teve mais tempo para ler nada que não fosse técnico. Hoje, precisa arrumar brechas para devorar três livros por semana para o doutorado. 'A Lei do Triunfo', de Napoleon Hill; 'Empresas Feitas para Vencer', de James C. Collins; 'O Mundo Codificado', de Vilém Flusser, e 'Business Management Controls', de John Kyriazoglou, estão entre seus títulos favoritos. Como bom leitor, também virou escritor, compartilhando assim um pouco do que já aprendeu. Lançou, em 2018, 'Branding Através da Gestão pela Inovação' e, em 2020, 'O Design na Era dos Algoritmos'.

Da teoria à prática

"Fez escola" como trainee de Marketing, Eventos e Vendas na Johnson & Johnson, mas foi na Coca-Cola FEMSA sua "grande faculdade". Na empresa, teve a oportunidade de aprender com o empresário Ricardo Vontobel, a quem tem muito respeito e chama carinhosamente de grande mestre. Em quase uma década, ganhou muitos reconhecimentos, entre eles, 37 prêmios, em apenas 12 meses, com o reposicionamento da marca Mu-mu.

Atuou também na Red Bull e, definindo como um "empreender coorporativo", recorda que já foi dono do próprio negócio no Grupo Trend. Profissional comprometido e atento, após mais de 15 anos operando na indústria, descobriu a vocação para o varejo, em sua passagem pela Lojas Renner. Mas foi no Grupo Zaffari que, "modestamente, reescreveu a história do varejo", o que lhe rendeu, entre diversos reconhecimentos, cinco indicações como Profissional do Ano da Associação Riograndense de Propaganda (ARP) e aquele que considera um dos mais importantes da sua vida, a Comanda Pôr do Sol, da Câmara Municipal de Porto Alegre.

Feliz e realizado com o que faz, confessa que acaba de assumir, no Grupo Herval, o maior desafio profissional da vida. Algo que lhe deixa ainda mais motivado e empolgado. Se escolheria outra profissão? Até poderia pensar em ser um astro do rock e viajar pelo mundo fazendo shows, mas não troca o que faz hoje, apenas deseja acrescentar outras áreas para complementar suas skills.

Destacando a honestidade como uma das suas qualidades, confessa que é superexigente com ele mesmo e que nunca está satisfeito. Entre seus defeitos, aponta, metaforicamente, que, se um vaso for quebrado, não consegue mais consertá-lo. Ou seja, perder a confiança em alguém coloca um ponto final na relação. Finaliza compartilhando a frase que é seu lema de vida e está tatuada na pele, para nunca esquecer: "As pessoas fortes criam os acontecimentos e as pessoas fracas suportam o que o destino as impõem".

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