Na última terça-feira, 3, o vereador Valter Nagelstein (MDB) solicitou o fim da permanência da exposição de cartuns 'Independência em Risco' na Câmara Municipal de Porto Alegre - e foi atendido pela presidente do Legislativo da capital, Mônica Leal (PP). Assim, a mostra foi removida de seu local de exibição, o que gerou manifestação de repúdio por parte do Sindicato dos Jornalistas Profissionais do Rio Grande do Sul (Sindjors), da Federação Nacional dos Jornalistas (Fenaj) e, agora, da Associação Riograndense de Imprensa (ARI).

Em nota, Luiz Adolfo Lino de Souza, presidente, e João Batista de Melo Filho, presidente do Conselho da ARI, destacam que a entidade, que possui 84 anos de existência, é apartidária e que defende a democracia e a liberdade de expressão. Em seguida, protestam pelo "cancelamento extemporâneo da exposição de desenhos de humor inaugurada no último dia 2, nas dependências do parlamento municipal".

Ainda no documento, Luiz Adolfo e Batista Filho ressaltam que a "censura imposta ao trabalho dos cartunistas, independentemente do conteúdo ou outras razões, é injustificável e contraria a tradição de pluralidade dessa Casa do Povo e afronta o princípio constitucional da livre expressão". A mostra, que deveria ir até 19 de setembro, apresentava críticas ao governo do presidente Jair Bolsonaro (PSL).

Os presidentes, da entidade e de seu Conselho, encerram o texto solicitando que Mônica Leal volte atrás em relação à exposição: "Confiantes em seu compromisso com a democracia, esperamos que a decisão dessa presidência seja revista".