Faz tempo que o Planeta Atlântida deixou de ser apenas um festival de música. Ícone dos verões gaúchos e uma marca que mora no coração dos fãs, atravessa gerações, sempre evoluindo junto com o seu público.

Criado em 1996 para celebrar os 20 anos da Rádio Atlântida, o projeto, uma parceria bem-sucedida do maior grupo de comunicação do sul do país, a RBS, com uma das maiores empresas de entretenimento do país, a DC Set, também vem atualizando sua preocupação com o legado que deixará para o futuro.

Na edição de 2025, ainda sob o impacto das enchentes que marcaram o ano passado, embalamos o festival com o posicionamento "O Sul é o nosso palco" e celebramos a força e a resiliência dos gaúchos. Mas fomos além, estabelecemos um compromisso em fazer a diferença, promovendo avanços nas práticas ESG que adotamos.

Ter um propósito claro e alinhado com os valores do público é muito importante para a perenidade das marcas e, nesse contexto, é preciso ser muito além de parecer. Os consumidores estão cada vez mais preparados para separar o joio do trigo, ou seja, diferenciar uma estratégia de marketing enganosa, apelidada no segmento de "greenwashing", de um desejo legítimo de fazer a diferença.

Já no evento de 2024, começamos a mapear nossa atuação guiada pelos Objetivos de Desenvolvimento Sustentável da ONU (ODS) e descobrimos que contribuíamos com 13 dos 17 ODS. Para esse ano, contando com a consultoria da empresa gaúcha Químea, nos desafiamos a impactar todas as metas, ampliando ações de sustentabilidade, impacto social e governança.

Além de ativos que já viraram tradição do Planeta, como os 80 mil copos reutilizáveis oferecidos gratuitamente no evento e a reutilização de materiais usados em cenografia, passamos a acompanhar toda a cadeia de resíduos. Para se ter uma ideia, foram mais de 12 toneladas de resíduos recicláveis nos dois dias do evento e outras 31 toneladas de resíduos de montagem e desmontagem foram encaminhadas para empresas que fazem o reaproveitamento e o destino adequado.

Na frente social, além do ingresso solidário, com parte da renda revertida para entidades voltadas a pessoas em situação de vulnerabilidade (mais de R$ 160 mil na edição deste ano), desenvolvemos novas ações para oferecer um evento ainda mais inclusivo, a começar pela tradução em libras dos shows. A partir de um grupo de trabalho com participação de pessoas com deficiência, buscamos melhorias como a reformulação do espaço PCD e a Central de Acessibilidade, com sala de acolhimento e empréstimo de Kits de mobilidade, um dispositivo que transforma cadeiras de rodas manuais em triciclos elétricos que auxiliam na mobilidade de cadeirantes na Saba, onde o evento acontece, na praia de Atlântida (Xangri-lá), e também distribuição de kits sensoriais, destinado a pessoas com sensibilidade a ruídos altos.

Desde 2022 como executiva responsável pelo Planeta, outro ponto do qual temos muito orgulho é o de estar à frente de um time que também contribui na ODS de igualdade de gênero, já que 70% das lideranças do projeto são mulheres.

E é fundamental destacar que esse é um trabalho colaborativo. No caso do Planeta, além do engajamento de todo o nosso time, nossos fornecedores e patrocinadores (em 2025, tivemos 30 marcas conosco no projeto) compartilham da mesma crença e assumem seu papel na sociedade. Ao contrário do que muitos pensam, o ESG não é apenas uma causa "per se". Essa expressão surgiu justamente no pragmático mercado financeiro, o que reforça que o cuidado com as pessoas e com a sustentabilidade também gera retorno econômico, permitindo a toda a cadeira reinvestir no desenvolvimento. É um círculo virtuoso.

Ainda não apuramos todos os resultados de 2025 e estou ansiosa para saber se atingimos nossas metas, mas, sobretudo, tenho convicção de que as ações que estamos fazendo geram resultados concretos para o curto e para o longo prazo, impactando positivamente o litoral gaúcho e o Rio Grande do Sul como um todo. E isso nos move a seguir em frente.

Em 2026, o Planeta Atlântida fará 30 anos e já estamos planejamento muitas novidades, para celebrar a vida, gerar experiências inesquecíveis e para construirmos um Estado cada vez um lugar melhor para todos.

Caroline Torma é diretora-executiva de Marketing do Grupo RBS e head do Planeta Atlântida