Cinco perguntas para Luiz Gonzaga Lopes

Editor-chefe no Correio do Povo também comanda programa no Poa Streaming

Luiz Gonzaga Lopes, jornalista há mais de 30 anos

1- Quem você é, de onde vem e o que faz? 

Sou o Luiz Gonzaga Lopes, jornalista há mais de 30 anos, graduado pela Universidade do Vale do Rio dos Sinos (Unisinos). Sou natural de São Leopoldo, onde comecei a carreira na Rádio São Leopoldo 1530 AM, nos primeiros dias de 1990. Após passagens por Jornal dos Bairros, Revista Rua Grande, Rádio Progresso de Novo Hamburgo, fui para o Grupo Editorial Sinos, onde trabalhei quase 15 anos nos jornais Exclusivo, ABC Domingo e Diário de Canoas. Há 13 anos, integro a editoria de Cultura do Correio do Povo, no qual sou editor-chefe há dois anos e meio. Nestes veículos, já trabalhei em todas as editorias possíveis de Geral à Polícia, de Política e Economia a Esporte. No Correio do Povo, já cobri eventos em todas as áreas, desde os grandes shows que passaram por Porto Alegre, eventos literários pelo Brasil e mundo, como Festa Literária Internacional de Paraty, Feira do Livro de Sharjah nos Emirados Árabes e a Feira do Livro de Porto Alegre. Grandes exposições, eventos de teatro e dança como o Porto Alegre em Cena, Festival de Teatro de Curitiba, Festival Internacional de Teatro em Londrina, Festival de Dança de Joinville, Festival de Cinema de Gramado. E outras tantas entrevistas como nomes como Joan Baez, Ian Anderson, Jim Kerr (Simple Minds), James Blunt, Amelita Baltar, Maria Bethânia, Ivan Lins, Bob Wilson, Peter Brook, Ariane Mnouchkine, Tom Wolfe, Mia Couto, Leonardo Padura, Svetlana Aleksiévitch, Pedro Juan Gutiérrez, Alberto Manguel, entre outros. 

2- Como recebeu o convite para estar à frente do 'Culturando'?

Conheço o Fabiano Brasil, o idealizador do Poa Streaming, de longa data e um dia, ao conceder entrevista para o Anderson Caruso, apresentador do programa 'Do Meu Jeito', junto com o chef João Muratore, encontrei o Fabiano e o Leonardo Contursi Oliveira e me interessei pelo projeto, me colocando à disposição para começar um programa de Cultura, que tivesse grandes entrevistados, análise e as principais dicas de Cultura de cada semana. 

3 - Como imaginou que seria e como está sendo voltar a ter uma programação mais perto da normalidade, digamos assim, no meio cultural?

No Jornalismo, a gente tenta se preparar para todos os momentos, para coberturas com grande tecnologia e também para as rudimentares, com anotações em bloquinhos, memorizações, gravações mais caseiras. No caso da pandemia, a Cultura realmente sofreu um baque, principalmente com eventos que necessitavam muito do presencial, como shows, peças de teatro e apresentações de dança e festivais. No Jornalismo, nós nos adaptamos rapidamente, passando a cobrir um espectro maior da Cultura, com os eventos virtuais e lives. No Correio do Povo, iniciei em março de 2020, um projeto de lives intitulado 'Correio do Povo ao Vivo lá em Casa' e de lá para cá já exibi mais de 230 entrevistas com músicos, diretores, escritores, produtores, entre outros, com mais de três milhões de views. Conversei com nomes locais e grandes nomes nacionais como Ivan Lins, Jorge Vercillo, Eliana Pittman, Tico Santa Cruz, Antonio Villeroy, Marcelino Freire, Thiago Lacerda, Nelson Freitas, André Mehmari, Isabella Taviani, Nei Lisboa, entre outros. A volta à programação normal está sendo uma lufada de vento bom no mundo da Cultura. Confesso que ainda me assusto um pouco quando vejo muita gente reunida em torno de um show ou de uma peça de teatro, mas todos os protocolos sanitários estão sendo cumpridos e o passaporte vacinal está sendo exigido, assim me tranquilizo. O momento é de vibração por centenas, milhares de pessoas ligadas à Cultura poderem exercer a sua arte.  

4 - Se não fosse jornalista, que outra profissão exerceria?

Se eu não fosse jornalista, com certeza eu seria artista. Já flertei com a dança, com o teatro (fui ator durante três anos), com o audiovisual, com a música (tive duas bandas de rock, a primeira foi a Pretória, nos anos 1980, a segunda foi a Deadline formada somente por jornalistas, nos anos 2010, com Daniel Soares, Elio Bandeira, Heron Vidal e Ricardo Azeredo) e com a literatura. Na literatura, escrevi dois livros - o romance 'Amor Sobre Tela' e a biografia de Deborah Finocchiaro -, além de participar de várias coletâneas de contos. Falta ainda fazer algo mais forte no mundo das Artes Visuais, mas com certeza eu seria artista. 

5 - Quais seus planos para os próximos cinco anos?

Para os próximos cinco anos, eu tenho planos de terminar o meu doutorado em Letras, morar um ano fora, a título de estudos e/ou trabalho. Os países prioritários são Portugal e/ou Finlândia. Além disso, pretendo publicar mais uns dois livros que estão iniciados e ainda não concluídos, produzir alguns eventos culturais próprios, estreitar um pouco mais a participação e apresentação de programas no streaming (principalmente no Poa Streaming), canais de internet e na TV e aumentar o espaço destinado à Cultura no Correio do Povo.

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