Rafaela Zang: gestão forte e coração aberto
Gerente de Negócios do Grupo RBS, a relações-públicas construiu sólida carreira na área Comercial, bem como em gestão de parcerias estratégicas
Ela faz negócios, fecha parcerias mas, sobretudo, cria conexões. Tudo isso com um toque de afetividade. Rafaela Zang poderia ser uma simples executiva responsável por uma carteira de clientes em uma empresa, com todas as responsabilidades e atribuições que a tarefa exige. Gerente de Negócios do Grupo RBS, ela, no entanto, propõe-se a ser mais do que isso: conduz a carreira com um toque que une gostos e vocações naturais a um instinto familiar e afetivo, seja no trato com parceiros ou com colegas de trabalho. O fato é que a profissional se destaca, e não é difícil de perceber o porquê em uma rápida conversa com ela.
A gestora natural
Natural de Porto Alegre, Rafaela já evocava uma liderança natural desde o tempo em que percorria os corredores do Colégio Anchieta, onde concluiu os estudos da educação básica. Conhecida pela organização e pela capacidade de estar à frente de grupos e projetos, ela era responsável por tirar do papel desde festas estudantis a ações de cunho educacional. Até hoje, na ocasião dos 25 anos da turma do Anchieta, foi informalmente "convocada" para organizar ações pertinentes ao evento.
A facilidade para lidar com pessoas a levou a cursar Relações Públicas na Pontifícia Universidade Católica do Rio Grande do Sul (PUCRS), onde se formou em 2004. No processo acadêmico em que vivia, obteve as primeiras experiências profissionais, tornando-se estagiária da área de Cardiologia do Hospital Ernesto Dornelles. A entrada no grupo RBS deu-se quando obteve um estágio na rádio Ipanema, em 2002, com atendimento ao ouvinte e produção. Nessa experiência, percebeu que não queria mais ser da Produção, e sim, migrar para a área Comercial. Na época, trabalhava na sede da RBS situada no morro Santa Tereza, onde conta que teve contato com grandes comunicadores.
Em 2005, veio o convite para ser assistente comercial na rádio Band AM, e não demoraria a ser chamada para ser gerente comercial da Ipanema FM. No Grupo Bandeirantes, atuou de 2005 a 2012. Lá, também conheceu Paulo Ceccon, que viria a ser seu marido futuramente.
De volta ao Grupo RBS, em 2012, a convite da empresa, passa a ser gerente na rádio Cidade. Ela orgulha-se de, em três meses, segundo ela, ter conseguido retomar uma posição de destaque diante do mercado para a emissora. A partir daí, viria também o convite para assumir a gerência de todas as rádios dos ramais catarinenses do grupo, o que provocaria uma mudança para a capital do estado vizinho. Apesar da oportunidade, Rafaela nunca cogitou realmente viver longe da família. Namorava Ceccon, era profundamente ligada às raízes e, por isso, voltou ao Rio Grande do Sul em 2014; casaram-se no ano seguinte e, em 2025, completam uma década de casamento.
O retorno coincidiu com uma reestruturação no Grupo RBS, que deixou de segmentar gerências por produtos. Rafaela assumiu então a gerência de Negócios do segmento de governo, uma área extremamente estratégica, que exige cuidado minucioso, respeito aos processos e uma capacidade constante de reconstruir relações a cada mudança de gestão. É trabalho de confiança, escuta e sensibilidade. E ela gosta disso.
Entre os marcos profissionais que a acompanham, estão a transição da Farroupilha do AM para o FM, a parceria com o Banrisul para o Planeta Atlântida - fechada em 2020 - e o fortalecimento de um modelo de trabalho mais integrado entre RBS, clientes e agências. Para ela, o maior impacto recente do setor é justamente essa construção coletiva: "A gente cria junto", afirma, destacando quanto a visão integrada permite compreender o cliente como um todo e fortalecer laços de fidelidade e estratégia. A relação com as pessoas, aliás, é o que mais a move. E isso inclui também as equipes: Sandra, a chefe e gerente executiva, é uma das grandes referências na sua trajetória.
Como gerente de Negócios do Grupo RBS, Rafaela lidera o segmento de parcerias com o governo - uma função que exige grande capacidade de articulação. Nesse papel, encontrou uma combinação entre propósito e desempenho: enxerga nele não apenas um desafio profissional, mas também uma forma de contribuir para transformações sociais concretas. Ela fala desse trabalho com brilho nos olhos. A cada nova parceria, sente-se realizada por fazer parte de algo maior do que ela mesma, consolidando-se como uma profissional movida por impacto e compromisso.
A gestora família
A maternidade entrou em cena pouco antes da Expointer de 2018, quando descobriu a gravidez. Saiu de licença em março de 2019 e voltou em setembro com a sensação de acolhimento - algo que atribui à cultura da empresa. Durante a pandemia, viu os filhos, Valentina e Antônio, compreenderem melhor o que ela faz, acompanhando de perto o trabalho. A família, inclusive, é o centro de tudo e também o porto seguro: a rotina é compartilhada com Ceccon e com o pai, que ajuda intensamente no dia a dia.
Os últimos anos, porém, trouxeram desafios profundos. Em 2024, perdeu a mãe, uma figura "muito forte", de quem herdou a resiliência. Pouco depois, o marido passou por um transplante de rim. A saída dele do hospital foi, para todos, um verdadeiro presente de Natal. "Muito acontece na nossa vida enquanto estamos no trabalho também", diz, com a maturidade de quem viveu muito dentro e fora das redações.
Rafaela segue firme: cuida da família com presença emocional - mesmo com a agenda intensa - tentando levar os filhos à escola sempre que pode, preparando jantares e mantendo o coração aberto. Para manter o bem-estar, aposta em música, a grande companheira: sertanejo, pop, pagode dos anos 90 ou Ana Castela (influência da filha), tudo cabe na trilha da semana. Ama séries, de 'Virgin River' a 'Bridgerton', e se pudesse escolher outra profissão, talvez fosse farmacêutica ou arquiteta - áreas em que também enxerga cuidado e detalhe. A viagem é outro pilar afetivo: adora a casa que possui em Xangri-Lá, além de relatar quando esteve em Las Vegas, em Nova York e passou um mês no Texas. Isso porque cada lugar lhe ajudou a contar uma parte da sua história.
Receber, em 2022, o prêmio de Profissional de Atendimento ou Representante de Veículo, concedido pela Associação Riograndense de Propaganda (ARP), foi um dos momentos mais marcantes da carreira. Para ela, é mais do que reconhecimento: é a confirmação de que todo o esforço vale a pena. E é justamente esse senso de propósito que sustenta os planos para o futuro: quer viver muito e com qualidade ao lado dos filhos e do marido, continuar na RBS - empresa pela qual diz ter enorme gratidão - e seguir defendendo os clientes, porque "eu brigo por eles". A companhia, afirma, lhe permite trabalhar com carinho e dedicação.
Rafaela também busca constante aperfeiçoamento profissional. O MBA em Administração e Gestão Estratégica e Econômica de Negócio, que realizou pela Fundação Getúlio Vargas (FGV), foi um divisor de caminhos no alavancar para o desenvolvimento na profissão. E, junto a isso, cita as diferentes experiências e vivências por que passou e que, segundo ela, foram fundamentais para consolidar o perfil e a atuação profissional que tem hoje.
Quando se descreve, Rafaela é direta: determinada, afetuosa, generosa, resiliente, intensa. Uma mulher que lidera com emoção e transforma essa emoção em estratégia. Uma profissional que se realiza onde está e que segue, sempre, de coração aberto. E ela é taxativa: "A gente precisa acreditar que tudo o que vem na nossa vida vem porque a gente é capaz".
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